Medidas drásticas

Ex-ministro da Saúde defende isolamento total para conter a covid-19

Em comentário na TVT, Arthur Chioro critica a adoção da fase vermelha em São Paulo, que mantém o funcionamento de escolas e igrejas

Roberto Parizotti
Roberto Parizotti
Política de volta às aulas em meio à pandemia, de Doria e Rossieli, levou à morte de dezenas de professores

São Paulo – As vítimas fatais de covid-19 no país devem passar de 260 mil nesta quinta-feira (4), desde o início da pandemia em março de 2020.  A situação é dramática, adverte o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro. Ele defende que medidas drásticas, como o isolamento total, ou lockdown, sejam tomadas imediatamente.

Em comentário no Seu Jornal, da TVT, Chioro estima que o total de mortes pela covid poderá chegar a 500 mil em julho deste ano, se o governo Bolsonaro não mudar a postura negacionista frente à crise sanitária.

“Se não forem adotadas pelas autoridades sanitárias, pelos governos, medidas drásticas, como o isolamento total, também conhecido como lockdown, será muito difícil interromper a taxa de transmissão, que se encontra muito elevada e vem crescendo em vez de diminuir, como acontece em todo o mundo.”

Chioro lembra que países que enfrentaram a segunda onda da pandemia no início do ano, frente a uma situação dramática, rapidamente conseguiram reverter a tendência de transmissão da doença com um “isolamento consistente”. Esses países agora administram medidas de flexibilização, comprovando a importância do isolamento.

No comentário, Chioro avalia que “no Brasil, ao contrário, o Presidente da República continua sabotando as medidas necessárias e os governadores e prefeitos se acovardam em sua grande maioria na adoção das medidas necessárias”.

Chioro diz que embora o governador de São Paulo, João Doria, tenha adotado bandeira vermelha para todo o estado a partir de sábado, “a verdade é que uma parte significativa dos serviços continuará funcionando, quando deveria se ajustar a esse esforço de contenção do coronavírus por pelo menos três a quatro semanas”.

O ex-ministro refere-se às escolas e igrejas, que continuarão funcionando durante a fase vermelha. Ele entende que seria fundamental parar esses serviços para a “proteção da vida dos brasileiros e brasileiras”.  

Chioro também destaca que os países que adotam o isolamento e ampliam a capacidade de vacinação estão revertendo a tendência de expansão do coronavírus. “Mais do que manifestar solidariedade, é preciso ter consciência da gravidade do momento que a gente vive na cidade de São Paulo. Neste momento, mais de 250 pessoas aguardam em estado grave, em prontos-socorros, em salas vermelhas nas UPAs, uma vaga de UTI em um dos hospitais de referência”.

Confira o comentário de Chioro


Leia também


Últimas notícias