Sem fim

Pandemia volta a se agravar em São Paulo. Internações em UTI se aproximam de recorde de julho

Estado tem 6.147 pessoas em UTI com covid-19, o segundo maior número de todo o surto e número de novas internações por covid-19 volta a subir. Presidente Prudente e Barretos regridem à fase vermelha

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Nova classificação do Plano São Paulo, que passa a valer na segunda-feira (22)

São Paulo – O estado de São Paulo tem hoje (19) 6.147 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), vítimas da covid-19. Esse número de internados é o segundo maior de toda a pandemia do novo coronavírus, atrás apenas do registrado no dia 14 de julho de 2020, quando havia 6.173 pessoas nessa situação. Além disso, houve aumento de 5,2% no número de pessoas internadas em UTI, em relação à última atualização do Plano São Paulo, que coordena a flexibilização da quarentena no estado. No dia 5 de fevereiro, havia 5.845 pessoas em unidades de terapia intensiva. Os dados foram apresentados hoje em coletiva de imprensa.

O número de novas internações também voltou a crescer nos últimos dias, indicando nova tendência de alta. Apenas ontem (18), 1.712 pessoas foram internadas com covid-19 em todo o estado e a média diária de internações está em 1.480. Apesar do aumento nas internações, a taxa de ocupação de UTI para covid-19 apresentou uma estabilidade nas últimas duas semanas. Isso se deve a um aumento na oferta de leitos desse tipo pelo governo de João Doria (PSDB), dentro de sua política de convivência com a pandemia. O aumento de leitos tem sido usado como parâmetro principal para avançar regiões a fases mais flexíveis da quarentena.

Em 1º de janeiro, o estado de São Paulo tinha pouco mais de 7.800 leitos de UTI exclusivos para pacientes com covid-19. Hoje são 9.020 leitos. Com isso, mesmo aumentando o número de pessoas internadas, a taxa de ocupação de UTI oscilou para baixo, de 67,2% no dia 5 de fevereiro, para 66,7%, hoje. No caso das enfermarias, há 7.003 pessoas internadas hoje, contra 6.829 no dia 5.

Internações de pacientes com covid-19 ocorridas diariamente em São Paulo

A média de mortes diárias no estado de São Paulo segue no mesmo nível atingido há mais de um mês. São 214 vidas perdidas todos os dias. Os números podem ser ainda piores, já que o período de Carnaval, mesmo tendo o feriado cancelado, afetou o funcionamento de unidades de saúde, cartórios e serviços de verificação de óbito em várias cidades, o que pode estar segurando dados de óbitos ocorridos desde o último sábado.

Já o número de casos apresentou leve queda, com média de diária de 8.500 novos casos confirmados, registrada ontem (18). Esse número era de 10.450 no dia 5 de fevereiro. No entanto, também é possível que haja represamento de dados sobre novos casos, pelo mesmo motivo que os dados sobre mortes.

Plano São Paulo

Duas regiões tiveram piora nos índices da pandemia e vão passar para a fase vermelha do Plano São Paulo, com liberação de funcionamento apenas para os serviços essenciais: Presidente Prudente, com 84,3% de ocupação de UTI, e Barretos, com 82,2%. Elas se juntam às regiões de Bauru e Araraquara, que já estavam nessa fase.

A região de Franca, com 76,4% de ocupação de UTI para covid-19, sai da fase vermelha para a fase laranja do Plano São Paulo. A mudança marca mais um afrouxamento das regras por Doria, que há pouco tempo tinha determinado que ocupação de UTI a partir de 75% seria fase vermelha. As regiões de Taubaté, Marília, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Piracicaba, São João da Boa Vista, também estão na fase laranja. Nessa fase, bares não podem abrir e restaurantes têm limite de funcionamento até as 20h.

A região de Sorocaba passou da fase laranja para a fase amarela. No entanto, a taxa de ocupação de UTI para covid-19 na região é de 71,1%, o que devia mantê-la na fase laranja. Além dela, a Grande São Paulo, e as regiões de Campinas, Registro, Baixada Santista e Araçatuba estão na fase amarela. Nesta fase, todos os serviços operam normalmente, apenas com limite de capacidade de 40%.