Brasil supera média de mil mortes diárias com 1.316 novas vítimas da covid-19 em 24 horas
A covid segue letal no Brasil, que espera amanhã (22) 2 milhões de vacinas vindas da Índia e a liberação de 4,8 milhões de doses da CoronaVac
Publicado 21/01/2021 - 18h53
São Paulo – O Brasil registra mais um dia com mais de 1.300 mortos por covid-19. Nas últimas 24 horas, foram 1.316 vítimas. Desde o início do surto, em março, já são 214.147 mortes no país, que é o segundo mais afetado do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. O balanço é fornecido diariamente pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Com a soma, o Brasil superou as mil mortes diárias calculadas em média móvel de sete dias. A média é importante para a percepção do avanço da epidemia no país. O número está em 1.007, número similar aos registrados no até então pior momento da pandemia, entre junho e agosto.
Já em relação ao número de novos casos de covid, o Brasil segue no pior momento da pandemia deste o início da série histórica. Foram 59.119 novos casos no último período, totalizando 8.697.368. A média de sete dias está em 53.296 novas infecções diárias.
Vacinas
O governo de Jair Bolsonaro preparou um avião na última semana para ir buscar vacinas da AstraZeneca, testada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na Índia. O governo do país asiático negou o envio. Agora, superados entraves diplomáticos e comerciais, 2 milhões de vacinas devem chegar ao Brasil nesta sexta-feira (22).
O governo indiano informou que a carga será enviada para Brasil, Marrocos, África do Sul e Arábia Saudita. As vacinas virão em transporte comercial para São Paulo e direcionado para o Rio de Janeiro, onde será tratado pela Fiocruz.
Também na sexta, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) promete liberar mais 4,8 milhões de doses da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.
O Brasil ainda aguarda insumos importantes para a produção de vacinas que devem vir da China. Tanto a CoronaVac, como a da AstraZeneca, dependem de insumos básicos que devem vir do gigante asiático. O governo Bolsonaro, em uma postura de alinhamento ideológico com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sempre criticou o país, que é maior parceiro comercial do Brasil. Agora, autoridades brasileiras correm atrás do prejuízo diplomático.
Diplomacia da vacina
A Índia é o maior produtor de vacinas do mundo. O país tem 1,3 bilhão de habitantes, mais de 6 vezes a população brasileira. As vacinas da AstraZeneca estão em produção pelo Instituto Serum, maior fabricante de imunizantes do país. A vacinação contra a covid começou por lá na última semana, incluindo a da AstraZeneca. Ontem, o país já iniciou a distribuição para países vizinhos e ilhas do Índico, de forma gratuita.
A Índia fornece gratuitamente imunizantes para vizinhos em uma iniciativa que vem sendo chamada de “diplomacia da vacina”. O país tem interesses geopolíticos em uma competição de influência local com a China, um gigante econômico que detém a ampla produção de insumos de saúde no mundo. Por sua vez, a China também vai doar vacinas para vizinhos. Amanhã, devem chegar 500 mil doses ao Paquistão, país que tem conflitos territoriais com a Índia.