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SP recebe só 23,5% das doses da vacina contra o novo coronavírus anunciadas por Doria

Em agosto, governador paulista prometeu que São Paulo teria 46 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus até o final de dezembro

GovSP
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Enquanto faz populismo com a vacina, Doria não toma medidas efetivas para frear o agravamento da pandemia e não cumpre os prazos prometidos

São Paulo – Descumprindo a promessa feita em agosto, o governador paulista João Doria (PSDB) disse nesta segunda-feira (21) que São Paulo vai receber 10,8 milhões de doses da vacina Coronavac, contra o novo coronavírus. Há quatro meses, Doria disse que os paulistas teriam 46 milhões de doses disponíveis até dezembro. E também que a vacinação começaria em 15 de dezembro, o que igualmente não se cumpriu. O tucano não detalhou as razões para a redução da quantidade de vacinas que serão disponibilizadas. Também não disse se o restante do cronograma de entrega das doses está comprometido. Era previsto que outros 15 milhões chegariam até fevereiro e mais 40 milhões em maio, totalizando 101 milhões de doses. As doses recebidas nesta primeira fase do cronograma correspondem a 23,5% do total prometido até o final deste ano.

O governo paulista promete agora que a vacinação terá início em 25 de janeiro. Antes, precisa apresentar os dados de eficácia da Coronavac, o que está prometido para a próxima quarta-feira (23). Segundo o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, o estudo de eficácia da vacina contra o novo coronavírus será submetido a um comitê internacional de especialistas em saúde.

O anúncio será feito simultaneamente entre o governo paulista e o laboratório Sinovac, na China. Dimas disse ainda que o instituto tem pronto um “soro anti-covid-19”, para tratamento da doença, pronto para iniciar testes clínicos, aguardando autorização da Anvisa

Sem controle

A coletiva de hoje, no entanto, se restringiu a essas informações. Nenhuma medida de maior restrição da quarentena para conter o agravamento da pandemia foi anunciada, apesar de haver piora em todos os parâmetros de avaliação da situação. A única ação nesse sentido foi um apelo do secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, para que a população evite aglomerações. “Estamos reforçando leitos de UTI e enfermaria, porém precisamos do apoio de toda a população para garantir as medidas sanitárias. Falta pouco, muito pouco para termos a vacinação”, disse.

Enquanto o governo Doria segue evitando medidas mais restritivas para evitar a disseminação da covid-19 por conta das festas de Natal e Ano Novo, o estado de São Paulo registrou 50.596 novos casos e 1.108 mortes causadas pela covid-19 na última semana (13 a 19 de dezembro). O crescimento do número de novos casos chegou a 55% e o de mortes a 41% no último mês. Considerando apenas a última semana, o aumento foi de 4,3% e 13,5%, respectivamente.

Conforme a RBA mostrou mais cedo, a ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) também vem subindo constantemente há semanas. E chegou a 61,9% neste sábado (19). É a maior taxa de ocupação de UTIs desde 1º de agosto. A média de pacientes internados por dia chegou a 4.792, o maior número desde 11 de setembro, quando a média era de 4.769.

Amanhã (22), o Comitê de Contingência do Coronavírus de São Paulo deve anunciar novas medidas sobre a pandemia, as 12h45. Sem a participação de Doria, que sai de férias justamente a partir de amanhã.


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