Pandemia em alta

Brasil tem mais de mil mortes e 47 mil novos casos de covid-19 em 24 horas

Número diário de mortes está “estável”, mas total de novos casos de covid-19 no Brasil mostra salto em relação à média das últimas 12 semanas

Agência Brasil
Agência Brasil
Internações por covid-19 sobem sem parar desde 6 de maio e governo Doria sumiu com os dados desde sexta

São Paulo – O Brasil somou 1.184 mortos por covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, em março, o país registra 123.780 vítimas oficiais da doença que já provocou cerca de 860 mil mortes pelo mundo. Ou seja, 16% dos óbitos por covid-19 que ocorrem em todo o planeta. Os dados brasileiros são consolidados diariamente pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

Segundo o boletim divulgado nesta quarta (2), o número de infectados pelo coronavírus no Brasil se aproxima dos 4 milhões. Com acréscimo de 46.934 novos casos registrados no último período, o total chega a 3.997.865 ocorrências.

Os dados de hoje mostram que o número de vítimas diárias da covid-19 no Brasil está estabilizado, apesar de elevado. Ao mesmo tempo, porém, o total de novos casos registrados ficou acima da média geral, que nas últimas 12 semanas girou em torno de 40 mil casos por dia.

Desde o início deste período, o Brasil é considerado pelas autoridades sanitárias de todo o mundo o epicentro planetário da pandemia. Isso porque é aqui que ocorre o maior número de mortes a cada dia. É, de longe, o país que há mais tempo permanece em tal posição.

O cenário trágico do Brasil tem relação com o descaso do poder público na contenção da pandemia. O presidente Jair Bolsonaro, desde os primeiros dias do surto no país, minimiza a doença e não mostra sensibilidade com as mortes. A mais recente investida dele contra a ciência médica foi sua declaração contra a vacina, que nem sequer ainda existe. “Ninguém é obrigado a tomar vacina”, disse

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass

Epicentro local

Foi por declarações assim que prefeitos e governadores foram afrouxando as medidas de isolamento social recomendadas para conter a expansão do contágio do coronavírus. Tal abandono passou a ser consumado a partir de julho. Desde então, o Brasil vê a curva de casos e mortes aumentar nas semanas seguintes. Cerca de 80% dos óbitos por covid-19 ocorreram após a reabertura, considerada precoce por cientistas, como os do instituto de referência no país para epidemias, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

São Paulo segue, desde o início do surto, como estado mais afetado pela doença. São 826.331 casos confirmados e 30.673 mortos. Só para comparar, em toda a Itália, onde o impacto da pandemia causou grande comoção entre os brasileiros, até agora são 271.515 casos e 35.497 mortes. Os dados são da universidade Johns Hopkins, referência mundial em informações sobre a pandemia no mundo

Na sequência vem o Rio de Janeiro, com 228.332 casos e 16.315 mortos. A Bahia vem depois. Porém, o estado nordestino é um dos que mais aplica testes para covid-19 no Brasil. Por essa razão, a Bahia registra 262.299 casos – mais que o Rio de Janeiro –, mas menos mortes, 5.502.

Estados brasileiros mais afetados pela covid-19

Edição: Fábio M. Michel


Leia também


Últimas notícias