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No estado de São Paulo, covid-19 mata mais que acidente de trânsito

Ao longo de 2018, os acidentes mataram 5.459 pessoas no estado de SP – 598 em 40 dias. Em um mesmo período, o coronavírus já causou a morte de 1.700

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Cenas de aglomeração são cotidianas, mesmo em dias com piores números da pandemia. A última semana foi a mais letal

São Paulo – Dados divulgados hoje (26) à tarde pelo Ministério da Saúde mostram que desde o dia 17 de março o estado de São Paulo contabiliza 1.700 mortes confirmadas pela covid-19. Uma comparação com números de acidentes de trânsito em São Paulo dá uma ideia da gravidade da doença causada pelo novo coronavírus.

Segunda causa externa de mortalidade no Brasil, os acidentes mataram 5.459 pessoas ao longo de 2018 no estado de São Paulo, segundo o Infosiga. Dividido por 40 dias – tempo que a covid-19 levou para matar 1.700 pessoas – resultaria em 598 óbitos, número quase três vezes menor.

São Paulo continua o estado com o maior número de casos confirmados (20.715). Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com 7.111 casos e 645 óbitos (confira quadro). O país tem 61.888 casos e 4.205 óbitos. Estão em acompanhamento 27.531 casos. Das pessoas que se infectaram, 30.152 se recuperaram. Há ainda 1.322 óbitos em investigação.

Em entrevista à RBA, a médica sanitarista e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia avaliou que a situação já difícil, “no limite”, deve piorar. “Os leitos prometidos não ficaram prontos em plena ascensão de casos graves. É a crônica da morte anunciada”, disse, destacando a falta de equipamentos, profissionais de saúde e o estresse entre os que estão na linha de frente.

De acordo com o Centro de Pesquisas em Coronoavírus da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o Brasil aparece na 11ª colocação do ranking dos países com maior número de casos confirmados, atrás dos Estados Unidos, Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Turquia, Irã, China e Rússia. E também na 11ª na lista de países com maior número de mortes, seguindo a Itália, Espanha, França, Reino Unido, Estados Unidos, Bélgica, Alemanha, Irã, China e Holanda.


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