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Excesso de peso atinge 52,5% da população adulta do país

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que população com excesso de peso cresceu 23% em nove anos; índice de obesidade, no entanto, que afeta 17,9% dos adultos, está estabilizado

José Cruz/Agencia Brasil

Ministro Chioro divulgou hoje os resultados da pesquisa no país: boa notícia com o índice de obesidade

São Paulo – Pesquisa do Ministério da Saúde divulgada hoje (15) alerta que o excesso de peso já atinge 52,5% da população adulta do país. Essa taxa, nove anos atrás, era de 43% – o que representa um crescimento de 23% no período.

Chamada de Vigitel 2014, na pesquisa também preocupa a proporção de pessoas com mais de 18 anos com obesidade, 17,9%, embora este percentual não tenha sofrido alteração nos últimos anos. O índice de obesidade está estável no país e relativamente próximo do índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde (15%), mas o número de brasileiros acima do peso é cada vez maior.

Os quilos a mais na balança são fatores de risco para doenças crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil.

“O mais importante para o Brasil neste momento é deter o crescimento da obesidade. E nós conseguimos segurar esse aumento. Isso já é um grande ganho para a sociedade brasileira. Em relação ao sobrepeso, não temos o mesmo impacto da obesidade, de estabilização, mas também não temos nenhuma tendência de crescimento disparando”, destaca o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

“No Brasil não há tendência de disparos como nos outros países em que o crescimento da obesidade é avassalador. Em comparação com nossos vizinhos conseguimos deter o crescimento, quando é essa a tendência”, reforça. O índice de obesidade do Brasil está abaixo, por exemplo, da Argentina (20,5%), Paraguai (22,8%) e Chile (25,1%).

Entre os homens e as mulheres brasileiros, são eles que registram os maiores percentuais. O índice de excesso de peso na população masculina chega a 56,5% contra 49,1% entre elas, embora não exista uma diferença significativa entre os dois sexos quando o assunto é obesidade.

Em relação à idade, os jovens (18 a 24 anos) são os que registram as melhores taxas, com 38% pesando acima do ideal, enquanto as pessoas de 45 a 64 anos ultrapassam 61%.

A pesquisa demonstra ainda que as pessoas com menor escolaridade, de 0 a 8 anos de estudo, registram o maior índice, 58,9%, enquanto 45% do grupo que estudou 12 anos ou mais está acima do peso.

O impacto da escolaridade é ainda maior entre as mulheres, em que o índice estre os mais escolarizados é ainda menor, 36,1%. As mesmas diferenças se repetem com os dados de obesidade. O índice é maior entre os que estudaram por até 8 anos (22,7%) e menor entre os que estudaram 12 anos ou mais (12,3%).

O Vigitel 2014 entrevistou, por inquérito telefônico, entre fevereiro e dezembro de 2014, 40.853 pessoas com mais de 18 anos que vivem nas capitais de todos os estados do país e do Distrito Federal. Realizada desde 2006 pelo Ministério da Saúde, a pesquisa, ao medir a prevalência de fatores de risco e proteção para doenças não transmissíveis na população brasileira, serve para subsidiar as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças.