partograma

Com novas regras para cesáreas, vontade da mãe pode ser mais respeitada

Passa a ser necessário documento que registra o trabalho de parto e determina se houve necessidade, ou não, de cesarianas; governo cobra de médicos e planos de saúde informações sobre o procedimento

reprodução/TVT

Para OMS, índice de cesarianas no Brasil, que supera 80% dos partos na rede particular, é epidemia

São Paulo – Em busca de maior controle sobre a quantidade de cesarianas desnecessárias no país, o Ministério da Saúde anunciou novas regras no procedimento, dentre elas a obrigatoriedade do preenchimento do partograma, documento que registra todo o ocorrido durante o trabalho de parto. Com esse relatório, é possível saber se houve ou não necessidade de uma cesariana.

Mais de 80% dos partos feitos através de planos de saúde são cesarianas, o que é considerado uma epidemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estabelece até 15% como índice tolerado.

A bióloga Soha Mohamad Chabrawi, mãe, em entrevista à TVT, conta que não teve sua vontade respeitada na hora do parto. “Eu queria a todo custo tentar, mas foi única e exclusivamente a vontade dela (da médica) que foi respeitada.”

Sobre a funcionalidade do partograma, explica o obstetra Celso Irapuã Gissoni: “A gente faz um gráfico que vai observando a dilatação, o tempo que demora cada dilatação, a rotação do bebê, os movimentos e, a partir dessas informações, toma-se a decisão por um parto normal ou pela necessidade de intervenção”.

Outra medida de conscientização adotada pelo ministério é a distribuição do cartão da gestante, semelhante ao do SUS, com informações sobre os riscos do parto cesáreo desnecessário e dados de todo o pré-natal. Com um cartão, qualquer profissional da saúde saberá como se deu a gestação, facilitando o atendimento sobre os riscos do parto.

O governo também obriga os planos de saúde a fornecerem informações, quando solicitados, como os percentuais de cesarianas e partos normais por maternidade e obstetra. A coordenadora da ONG Parto do Princípio, Deborah Delage, afirma que com a medida a mãe poderá cobrar dos planos de saúde mudança no comportamento dos médicos.

“Não dá pra esperar formar as próximas gerações, as mulheres não podem esperar. Nós temos que formar essas pessoas em serviço. Possibilitar que conheçam outras formas de atender e que vão modificar suas práticas a partir de decisões de gestão”, ressalta Deborah.

Acompanhe a reportagem completa da TVT:

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