Tarsila, Anita e outros modernistas

Aproveita as férias para ver e rever os grandes modernistas no MAC-USP e no Museu Niemayer de Curitiba. Confira também opções para ouvir, assistir e ler no recesso

Segmento de “Nu Cubista” (1917), de Anita Malfati

Vários movimentos em um

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As diversas vertentes do Movimento Modernista são o tema da exposição Modernismos no Brasil, em cartaz até 29 de janeiro no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC-USP), com 150 peças nacionais e internacionais. Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Paul Klee, Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Henri Matisse, Iberê Camargo, Tomie Otake, Flávio de Carvalho, Victor Brecheret, Alfredo Volpi e Mark Chagal são alguns dos que têm peças na mostra. Terças e quintas, das 10h às 20h; quartas, sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. Rua da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária. Grátis.
A Negra (1923), de Tarsila do Amaral

Mais modernismo

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Em Curitiba, a trajetória de Anita Malfatti pode ser revisitada no Museu Oscar Niemeyer também até 29 de janeiro. Entre as 100 obras da mostra homônima, estão as mais importantes e significativas da carreira da artista que, em 1917, abalou as estruturas artísticas brasileiras ao expor 53 trabalhos bastante ousados para a época – tanto que Monteiro Lobato chegou a dizer que “pareciam desenhos de internos de manicômio”. De terça a domingo, das 10h às 18h, na Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico. R$ 2 e R$ 4.
A Chinesa (1921-22), de Anita Malfatti

Mistura sexy

O DVD Sexo MPB – O Show (EMI Music) apresenta uma mistura musical pra lá de improvável que acabou dando certo. Angela Ro Ro cantando Ai, Que Saudades da Amélia , as Frenéticas com As Cantoras do Rádio , Fernanda Abreu e um pout-pourri de Rita Lee, Cláudia fazendo samba-jazz e Perla explodindo com Os Amantes , sucesso antigo de Luiz Ayrão, estão entre as preciosidades arquitetadas pelo pesquisador e produtor Rodrigo Faour. A segunda edição do Troféu Sexo MPB, criado em 2009 por ele, foi gravada em outubro no palco do Centro Cultural Carioca com a intenção de reunir diferentes gerações movidas pelo talento e tesão pela música. R$ 35, em média.

História fiel

Já se passaram 35 anos do dia em que cerca de 70 mil torcedores se deslocaram de São Paulo até o Rio de Janeiro para apoiar o Corinthians, que amargava duas décadas de fila. É essa história que os jornalistas Igor Ojeda e Tatiana Merlino contam com profundidade e leveza no livro A Invasão Corinthiana: o Dia em Que a Fiel Tomou o Rio de Janeiro para Ver Seu Time Jogar no Maior Estádio do Mundo , da LF Editorial. Juca Kfouri, que assina a quarta capa, resume: “Os autores remontam os altos e baixos da trajetória corintiana para que tudo faça sentido ou para que nada faça sentido – seja apenas sentido”. R$ 49.

Maternidade atrás das grades

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Estreou nos cinemas no final de novembro Leite e Ferro , primeiro documentário de Cláudia Priscila, que mostra a maternidade no Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa (Cahmp). Quem conduz a narrativa é Daluana, que passava pela segunda vez pelo centro para amamentar. Traficante desde os 10 anos e na época da filmagem (em 2007) com 40, a personagem tinha acabado de ter um filho do traficante conhecido como Da Lua. É evidente a contradição de sentimentos daquelas mulheres: a grandiosidade da maternidade fica limitada às grades e ao tempo que a criança fica com a mãe antes de ir para alguém da família, orfanatos ou adoção – às vezes ilegal.

O tema cruel foi retratado com delicadeza pela equipe, que passou um mês no local, onde estavam 70 mulheres e 70 bebês. O Cahmp já não existe, foi fechado há dois anos, e as mães presas agora são levadas a centros hospitalares. Como ainda não há previsão para Leite e Ferro chegar às locadoras, se você não conseguir ver nos cinemas, pode se preparar para o tema difícil com o longa-metragem de ficção argentino Leonera, de Pablo Trapero. Nele, Julia (Martina Gusman), acusada de assassinato, é enviada a uma penitenciária especial para mães e grávidas sentenciadas. O filho Tomás torna-se sua única razão de viver e é por ele que ela vai da tranquilidade à fúria naquela jaula de leoas. Rodrigo Santoro é um dos poucos homens do filme. Em DVD.

À amizade

Minhas Tardes com Margueritte

A história triste de Germain – contada por meio de flashbacks – poderia até resultar em um filme dramático, triste e pesado. Mas o que se vê em Minhas Tardes com Margueritte , dirigido por Jean Becker, está longe disso. Interpretado por Gérard Depardieu, Germain é um bonachão simpático e embrutecido que conhece Margueritte (Gisele Casadesus), uma senhora de 95 anos, moradora de um asilo. O encontro se dá na praça a que ela vai todos os dias para ler para os pombos. E é do encantamento pela literatura que nasce a história de uma amizade emocionante e intensa. Em DVD.