como testemunhas

CPI dos Transportes de São Paulo pode convidar diretores da Alstom e Siemens

Vereador Milton Leite vai sugerir convocação também dos presidentes da EMTU, CPTM e Metrô, além do secretário estadual de Transportes Metropolitanos, para prestarem esclarecimentos à comissão

metro/sp

Vereador alega que a corrupção em obras afeta o preço das tarifas do transporte público

São Paulo – O vereador paulistano Milton Leite (DEM) disse hoje (15), em sessão da  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos transportes da Câmara Municipal de São Paulo, que vai encaminhar requerimentos com a finalidade de convidar, para serem ouvidos como testemunhas pelos vereadores, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e os presidentes da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, da CPTM, Mario Bandeira, e do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco. Também vai propor convite dos diretores da Siemens e Alstom, multinacionais envolvidas nas denúncias de corrupção nas licitações de trens e metrôs que atingem as gestões tucanas dos últimos 20 anos no estado.

Para Leite, a audiência de hoje, convocada para ouvir representantes das três estatais, não foi capaz de responder aos questionamentos e apontar soluções quanto aos custos do transporte público na capital, objeto da CPI. “Está uma droga. Eles vieram para nos enrolar. Mas nós temos caminhos de chegar às respostas que queremos.”

O vereador considerou insatisfatórias as respostas dadas pelo gerente de logística integrada da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Raul Shiguemitsu Sunao, pela coordenadora de Transportes Coletivos da CPTM, Rosimeire Salgado, e pelo gerente de controle financeiro do Metrô, José Carlos Batista do Nascimento. Quando questionados sobre quais são as empresas que prestam serviços de manutenção à CPTM e ao Metrô, eles afirmaram não saber. Rosimeire admitiu que a Siemens e a Alstom têm contratos com a CPTM, mas disse desconhecer a natureza dos acordos.

Segundo Leite, essas informações são fundamentais para o entendimento da composição dos preços das tarifas, já que os serviços se integram com os ônibus da SPTrans e um dos maiores custos das estatais é o de manutenção. “Se o custo de manutenção tiver sido superfaturado, ou se houve irregularidades nos contratos que afetem os valores das tarifas, isso reflete na cidade de São Paulo. Nós queremos saber todos os pormenores”, explicou. Questionado sobre o poder da CPI em convocar agentes estaduais, Leite esclareceu: “A comissão tem poder de justiça. Se não quiserem vir como presidentes, virão como testemunhas”, afirmou.

Para Leite, a falta de informações dos executivos não é justificável já que os três trabalham há mais de 20 anos para o estado. “Dizer que não se sabe como se dá a manutenção é faltar com a verdade. Somente estas empresas detêm a tecnologia da construção e da manutenção dos trens. São as mesmas empresas envolvidas na denúncia de cartel nas obras do Metrô”, afirmou. Leite disse também que já há acordo para votação dos requerimentos e que eles serão apresentados na próxima reunião ordinária, no dia 22.


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