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Vannuchi: programa do PT mostra nova postura de enfrentamento

Para analista político, ao tocar fortemente no tema corrupção e certificar-se que haverá expulsão de petistas condenados, partido busca melhorar seu grau de aprovação

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/fotos públicas

Em 10 de março, panelaço foi puxado pelo deputado tucano Bruno Araújo: manifestação atual perde força

São Paulo – O analista político Paulo Vannuchi, em seu comentário (ouça abaixo) hoje (6), na Rádio Brasil Atual, analisa como adequado o programa do PT transmitido em cadeia de rádio e televisão na noite de ontem, tendo destacado, por meio da fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as conquistas trabalhistas dos últimos anos e atacado dois temas defendidos pela agenda conservadora: o Projeto de Lei 4.330, da terceirização, e a proposta de redução da maioridade penal.

O programa, que mostrou pessoas simples falando sobre a melhora do emprego, do salário, da educação e da habitação, também abordou o tema da corrupção, lembrando que esta nunca foi tão combatida quanto no período do PT, desde Lula, pela criação de vários órgãos novos e pela autonomia plena de investigação da Polícia Federal. Destacou também que os petistas condenados por corrupção serão, automaticamente, expulsos do partido.

“Então, foi uma posição de enfrentamento. O PT deve ter considerado, neste momento, a imagem do partido, que começa a ser tão negativa, tão vinculada a questões ruins, e a ideia de fazer enfrentamentos sempre tende a melhorar o grau de aprovação”, diz.

Sobre o panelaço ocorrido durante o programa do partido, Vannuchi analisa que a impressão passada foi de perda de força desta vez, na comparação com os dois anteriores: no dia 8 de março, quando Dilma discursava pelo Dia Internacional da Mulher, e em 15 de março, data da grande manifestação conservadora, contra o PT, contra Dilma e contra a corrupção.

“Minha primeira impressão é de que segue a trilha da manifestação de abril, que já foi uma manifestação mais fraca do que a anterior, tanto é que os articuladores da direita não falam mais em nova data, e disseram que agora vão levar pressão a Brasília”, observa.

Vannuchi enfatiza ainda o fato de que algumas notícias favoráveis na área da economia começam a provocar certo desinteresse do “processo de injeção de ódio insuflado por alguns segmentos da mídia”. Cita, por exemplo, a alta da Bolsa de Valores nos últimos dias, a entrada de capital estrangeiro. “Os números da economia, embora preocupantes, não vão piorando.”

Ele lembra que após recente evento do jornal Valor Econômico, entrevistas com líderes empresariais mostraram que o quadro já não está tão ruim. “E essa velha relação entre políticos e a economia todos nós conhecemos. Se a situação começa a melhor um pouco, esse clima de ódio e de acirramento se desarma um pouco.”

Ouça o comentário na Rádio Brasil Atual.

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