Por democracia

Um dos criadores do Plano Real, Persio Arida declara apoio a Lula

“Não existe, na minha opinião, uma justificativa para a permanência de Bolsonaro no poder”, afirmou Arida à ‘Folha de S. Paulo’

Reprodução/Youtube
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Economista vota no petista para “contribuir com a defesa da democracia, que é o nosso bem maior”

São Paulo – Depois dos anúncios de apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de Simone Tebet (MDB) e do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou hoje (5) mais uma manifestação simbólica de apoio. A do economista Persio Arida, um dos criadores do Plano Real.

“Não existe, na minha opinião, uma justificativa para a permanência de Bolsonaro no poder”, afirmou Arida à Folha de S. Paulo. Segundo ele, o principal motivo de votar no petista “é contribuir com a defesa da democracia, que é o nosso bem maior”.

Além disso, “Bolsonaro é um risco à estabilidade institucional e ao equilíbrio dos Poderes”, disse. Em sua área, ele justifica sua posição dizendo que “o desempenho na economia foi muito ruim”, com iniciativas já feitas muitas vezes sem êxito, como congelar salário de funcionalismo e “deixar a inflação acontecer”.

Na terça-feira (4), Lula já havia recebido apoio formal do PDT e do ex-candidato do partido à presidência, Ciro Gomes; do senador José Serra (PSDB); e do economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central no governo FHC.

Enquanto isso, o ex-presidente Michel Temer (MDB), chamado de “golpista” por Lula recentemente, negou ter declarado apoio a Bolsonaro, de acordo com o jornalista Kennedy Alencar no portal Uol. “Não fiz declaração de apoio a ninguém. Meu compromisso sempre foi e será pela democracia brasileira”, afirmou Temer.

Bolsonaro: “apoios reciclados”

Já Bolsonaro recebeu os “apoios reciclados” – conforme termo do analista de redes Pedro Barciela – dos governadores reeleitos Ibaneis Rocha (DF), Ratinho Junior (PR), Romeu Zema (MG), Ronaldo Caiado (GO), em Goiás, Claudio Castro  (RJ), além do derrotado Rodrigo Garcia (PSDB-SP) e do ex-juiz bolsonarista Sergio Moro (União Brasil), eleito senador, que brigou com Bolsonaro, deixou o governo e fez as pazes para fazer campanha.