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Trabalhadores da Ford em São Bernardo prometem resistir ao golpe

CUT/João Cayres Dirigentes sindicais alertaram que com o impeachment, a lei de terceirização ganhará mais força no Congresso São Paulo – Trabalhadores e trabalhadoras da fábrica da Ford em São Bernardo […]

CUT/João Cayres

Dirigentes sindicais alertaram que com o impeachment, a lei de terceirização ganhará mais força no Congresso

São Paulo – Trabalhadores e trabalhadoras da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, decidiram lutar contra o golpe e em defesa dos direitos trabalhistas. A decisão foi votada em assembleias realizadas na manhã de ontem (22). A fábrica emprega 4 mil pessoas.

As assembleias ocorreram entre 9h e 11h. A primeira foi realizada na unidade de caminhões e estamparia e a segunda, na planta de montagem de carrocerias e pinturas.

Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC debateram com os trabalhadores e trabalhadoras os riscos de quebra da ordem institucional, caso Dilma perca seu mandato sem provas de ter cometido crime e que Lula continue sendo perseguido pela Justiça – também sem provas.

“O golpe já está acontecendo”, narrou o secretário-geral da CUT-SP, metalúrgico João Cayres. “Se ele se consumar, o passo seguinte será o ataque aos nossos direitos trabalhistas e individuais”, completou.

Cayres lembrou  projetos no Congresso Nacional contra conquistas da classe trabalhadora, como a terceirização generalizada no mercado de trabalho, e que representantes da oposição vêm sistematicamente defendendo a redução do salário mínimo e a flexibilização das leis trabalhistas. “Com o golpe, o caminho para a concretização desses ataques estará livre”, afirmou Cayres.

Lula ministro

O presidente daquele sindicato, Rafael Marques, discorreu também sobre a situação de Lula. “Ele não queria aceitar o convite para se tornar ministro, porque achava que ia parecer que estava com medo de alguma ação na Justiça. E disso ele não tem medo. Nós aqui do Sindicato é que insistimos para ele se tornar ministro, pois nosso ex-presidente é muito respeitado em todos os setores da sociedade e pode contribuir muito na articulação política e fazer o governo retomar a iniciativa”.

Durante a assembleia, Cayres comentou a Lava Jato. “Esta é uma operação que foi perdendo o foco à medida que foi crescendo, tornou-se instrumento de perseguição a um único grupo político e agora inviabiliza o trabalho de um setor inteiro da economia, ao paralisar as empresas que atuam em petróleo e gás”.

A partir de hoje (23), haverá assembleias em todas as fábricas da base do Sindicato para deliberar sobre o apoio à luta pela legalidade democrática, pela defesa do mandato de Dilma Rousseff e contra a perseguição política e judicial ao ex-presidente Lula.