Segurança Pública

Tarcísio sanciona aumento para policiais. Desigualdade entre civis e militares é alvo de críticas

O governador de São Paulo sancionou o aumento para policiais. Contudo, aumento maior para militares e sucateamento da Polícia Civil leva a críticas

Igor Carvalho/Brasil de Fato
Igor Carvalho/Brasil de Fato
"Governo de São Paulo precisa abrir novos concursos, pois a demanda é muito forte", disse Reis (PT)

São Paulo – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou hoje (12) o aumento para policiais militares e civis. O projeto de autoria do Executivo contou com aprovação na Assembleia Legislativa. Durante esta tarde, parlamentares discutiram sobre o tema. Enquanto aliados de Tarcísio defenderam a proposta como um sinal positivo para as categorias, a oposição cobrou um ajuste mais igualitário e forte para todos os policiais.

Inicialmente, os aumentos chegam a até 20%. Contudo, apenas para alguns cargos. Ficaram com aumentos menores, por exemplo, escrivães e investigadores da Polícia Civil, além de terceiros-sargentos e segundos-tenentes da Polícia Militar. Para o deputado Reis (PT), falta valorização, em especial para os civis. Além disso, ele cobrou mais concursos públicos para as carreiras. “Estão faltando funcionários nestas funções. Deveriam ser mais vistos, e o Governo de São Paulo precisa abrir novos concursos, pois a demanda é muito forte”.

Enquanto isso, o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite argumenta que existe um concurso público em andamento para as carreiras de escrivão, investigador e delegado. Em entrevistas, membros da corporação comentam que trabalham junto ao Executivo para que sejam realizados concursos anuais para a Polícia Civil.

O líder do PT na Casa, Paulo Fiorilo, também defendeu a valorização dos policiais. Contudo, destacou que seu partido defendia maior debate, com mais emendas parlamentares e sucessivamente, mais conquistas para as categorias.

“Como servidor público, eu vejo a importância da melhoria de todo o setor. Mesmo fazendo parte da bancada de oposição ao governador, torço para que novos projetos sejam apresentados nesse sentido, com um debate mais amplo na nossa Casa de Leis”, disse Fiorilo.

Reivindicações policiais

O Sindicato dos Delegados de São Paulo (Sindpesp) também avalia o aceno do governador como positivo. Entretanto, critica os percentuais diferenciados entre civis e militares. Além disso, cobra uma postura mais ativa para recomposição salarial de fato das carreiras.

“Entendemos que não é possível reverter 30 anos de descaso, ao qual a Polícia Civil foi submetida, em apenas quatro meses do novo governo. Dessa forma, consideramos que o anúncio é bem-vindo, uma vez que sinaliza uma retomada da valorização da categoria por parte do Estado. Por outro lado, havia uma expectativa muito grande em torno deste reajuste, que, nem de longe, é o que se esperava”, argumenta a presidenta do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares.

Quadros defasados

O Sindpesp também reforça o pedido de mais policiais, com maior velocidade nos concursos. O último concurso, em andamento, começou em fevereiro de 2022. Até agora, os novos policiais não tomaram posse, nem foram convocados para a formação na Academia de Polícia (Acadepol); eles estão em fase de provas orais. “São 16 mil policiais a menos, incluindo delegados, investigadores e escrivães, entre outros cargos imprescindíveis para uma prestação de serviços efetiva para a população, que clama, dia a dia, por mais segurança. Com os baixos salários que são pagos hoje, infelizmente a Polícia Civil de São Paulo não consegue reter seus profissionais, o que acaba impactando negativamente no serviço prestado ao povo”, completa a delegada.


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