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Mortes causadas por policiais sobem 25% em dois meses de governo Tarcísio em São Paulo

No primeiro trimestre, mortes cometidas por policiais de folga cresceram 75%. Especialista aponta “influência de comando”

SP.GOV
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São Paulo – As mortes cometidas por policiais em São Paulo aumentaram 25% no primeiro bimestre . De acordo com dados do Diário Oficial do Estado, parcela significativa dos homicídios ocorreu fora de operações. Os números são da Corregedoria da Polícia Militar e da Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Na comparação com o ano passado, a letalidade policial aumentou 23% em janeiro e 27,5% em fevereiro.

Assim, os dois primeiros meses do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário de Segurança, Guilherme Derrite, marcam uma reversão na tendência de queda. A redução se deu principalmente após a instalação de câmeras corporais nas fardas dos agentes.

Ao todo, policiais civis e militares mataram 37 pessoas em janeiro e outras 37 em fevereiro. Já no ano passado, foram 30 mortos em janeiro e 29 no mês seguinte. Nos dois meses, as mortes cometidas por policiais de folga cresceram 75%.

No mês passado, foram seis mortes por policiais civis e 24 por policiais militares em serviço. Por outro lado, sete pessoas foram vítimas de policiais militares fora do horário de expediente, o que reforça a hipótese de que estes não entraram em confronto com criminosos e de que as mortes podem ter sido resultado de outras circunstâncias, como desentendimentos. Em contexto semelhante, uma pessoa foi morta por policial civil.

Em janeiro, 23 vítimas morreram pelas mãos de policiais militares em serviço. Policiais militares de folga aparecem em segundo lugar, com um total de 13 casos. Por último, estão policiais civis de folga, que cometeram um assassinato.

Comando

Para Rafael Alcadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), existe uma “influência de comando”, principalmente em relação à Polícia Militar, no aumento recente da letalidade policial. “Outra coisa é que os policiais vão se acostumando com as câmeras”, afirmou em entrevista ao Brasil de Fato.

Por outro lado, a Secretaria de Segurança Pública alega que as mortes decorrentes de intervenção policial não devem ser “equiparadas” às ocorrências com resultado de morte em serviço, porque têm dinâmicas diferentes.

“São diversas as situações em que o policial de folga pode intervir. Por exemplo, quando os agentes são vítimas e atuam em sua defesa, ou na defesa de sua família, ou quando o policial age em defesa de terceiros, ao ver uma ação criminosa. Já as mortes de suspeitos que ocorrem em serviço são decorrentes de ações em que os policiais estão agindo em prol da sociedade”.

Com informações da Agência Brasil