Sem clima

Sonia Guajajara pede a jovens que tirem o título para tirar Bolsonaro

Em ato da Marcha Global do Clima na Paulista, Sonia Guajajara reafirma que Bolsonaro põe em risco o meio ambiente e as futuras gerações

Felipe Beltrame/Instagram
Felipe Beltrame/Instagram
Sonia Guajajara: "Não basta achar índio bonito. Temos de eleger bancada indígena para derrotar os ruralistas. O que afeta nós, afeta todo mundo"

São Paulo – A líder indígena Sonia Guajajara engrossou as vozes de artistas e personalidades que têm incentivado jovens de 16 anos a tirar seu título de eleitor para tirar Jair Bolsonaro. Em participação em ato da Marcha Mundial pelo Clima na Avenida Paulista na noite de hoje (25), ela comparou o presidente aos bandeirantes, que em busca de ouro e pedras preciosas dizimaram povos indígenas.

“Eles continuam vivos em São Paulo e em todo o Brasil. Bolsonaro hoje representa os bandeirantes de antigamento. Não podemos permitir mais essas bandeiras que atacam todos os dias os territórios, as periferias, as mulheres, as comunidades LGBTQ+. Estamos aqui com a juventude para dizer que estamos juntos. E que para garantir o futuro das próximas gerações, com essa juventude que está aqui hoje, tem de se engajar. Para garantir o futuro, o futuro de vocês, com o meio ambiente preservado, tem de agir agora. E para isso temos de tirar o genocida do poder”, disse.

A liderança, que será candidata a deputada federal pelo Psol por São Paulo, disse que “não basta achar índio bonito” e pediu voto em candidatos indígenas. Segundo ela, é preciso eleger uma bancada indígena para derrotar a bancada ruralista que ocupa o legislativo em Brasília e em todo o país. “O que afeta a nós, povos indígenas, aos filhos da terra, afeta todo mundo. Temos uma arma que é nosso título. E quem não tirou, vamos tirar, vamos mudar esse Executivo e também o Legislativo”.

Marcha do clima no Brasil

Sonia Guajajara também pediu atenção aos jovens na hora de escolher candidatos para o governo de São Paulo. Sem citar nomes, falou da necessidade de políticas para recuperação dos rios e para a promoção de um ar mais limpo. “A luta pelo clima não é só vir aqui e ocupar o Masp. É estar junto com os povos indígenas, pressionando pela demarcaão dos territórios. Somos 5% da população mundial, mas 85% da biodiversidade é protegida em nossos territórios. As nascentes das águas que chegam às cidades são protegidas por nós’.

Em Garanhuns (PE), ativistas começaram o ato logo cedo, percorrendo vários pontos da cidade e procurando dialogar com a população sobre os ataques ao meio ambiente e como isso afeta a vida de cada um. E além de ações globais para frear as mudanças climáticas, que era o objetivo do evento que teve atos em diversas partes do mundo, reivindicaram iniciativas locais, para impedir o avanço de projetos que flexibilizam parâmetros urbanísticos e afetam a produção de pequenos agricultores, além de matar nascentes e prejudicar a vida das pessoas como um todo.

Um dos cartazes usados no ato em Garanhuns. Foto: Nicolas Gandhi

Ao contrário de anos anteriores ao da chegada da pandemia, quando a marcha pelo clima mobilizava grandes multidões em diversas cidades brasileiras, neste ano os atos foram tímidos. Mesmo o de São Paulo e Rio de Janeiro.

Ato no centro do Rio. Foto: Twitter