Eleições 2022

PT lança Rosilene Corrêa ao governo do DF e ‘movimenta’ tabuleiro na capital federal

Diretório regional do PT define nome da professora e diretora do Sinpro-DF e da CNTE para eleição do GDF. “Precisamos mexer nesse tabuleiro e pôr o bloco na rua”, diz pré-candidata

Foto: Yuri Soares
Foto: Yuri Soares
"Enquanto outros pré-candidatos já vinham conversando com os eleitores, falando em nome de seus partidos e de seus projetos, o PT não, porque não definia um nome"

São Paulo – O diretório regional do PT em Brasília definiu a professora Rosilene Corrêa como pré-candidata do PT ao governo do Distrito Federal (GDF) este ano. A decisão tomada no último sábado (26) pelo diretório regional do partido teve 39 votos a favor e nenhum contrário, além de nove abstenções. Rosilene é professora aposentada e integrante das diretorias do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE). A aprovação de seu nome de forma unânime ratifica a indicação feita em dezembro pela militância local, com apoio do presidente do diretório regional, Jacy Afonso, e de nomes como o ex-ministro Ricardo Berzoini, as deputadas Arlete Sampaio (distrital) e Erika Kokay (federal) e o deputado distrital Chico Vigilante.

No entanto, o movimento dado à sucessão na capital ainda não consolida a chapa do campo progressista. A legenda volta a reunir a militância em um encontro regional em abril. Na ocasião, será avaliada a movimentação nacional visando à eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E também a situação da disputa local.

“Esta posição deverá ser confirmada ou não pelo encontro regional a ser realizado em 10 de abril de 2022”, diz o documento. “Aguardamos os encaminhamentos que serão propostos pela Direção Nacional. O que não nos exime de tomar medidas e refletir sobre a organização do nosso partido no DF, visando a resgatar seu papel na sociedade e suas responsabilidade com a federação e com partidos aliados.”

Bloco na rua

Além de chamar a atenção da campanha nacional do PT para um colégio eleitoral de 2,1 milhões de votos, o diretório tenta dar um passo para superar uma disputa interna. O ex-deputado Geraldo Magela não participou da reunião do sábado. Mas divulgou manifestações nas redes afirmando que ainda disputa a indicação de seu nome. “Minha pré-candidatura continua mais firme do que nunca”, diz em vídeo distribuído por redes sociais. Na mensagem, não menciona a decisão regional da véspera e fala em “aguardar orientação” da direção nacional.

No entanto, Jacy Afonso afirma que o nome de Rosilene Corrêa representa a renovação que o PT quer apresentar à sociedade e ao GDF. “Uma mulher, uma professora, uma educadora, uma representante dos movimentos sociais. E com a capacidade de articular e mobilizar a militância e as alianças políticas para concretizar os objetivos que o PT tem para as eleições de 2022”, disso o presidente do diretório regional.

No opinião de Rosilene Corrêa, a decisão do PT-DF foi importante porque o partido estaria perdendo tempo para colocar o “bloco na rua”. “Enquanto outros pré-candidatos já estão conversando com os eleitores, falando em nome de seus partidos e de seus projetos, o PT não, porque não definia um nome. Foi muito importante uma instância deliberativa do partido tomar essa decisão”, afirmou. Mas ela pondera que nova discussão, ampliada, ainda virá em abril. “Até lá, vamos mexer nesse tabuleiro.”

“A militância está pronta para ocupar as ruas, fazer a defesa de seu candidato ou candidata, mas é preciso saber quem irá protagonizar esta eleição para o GDF”, diz Rosilene Corrêa.” No encontro do dia 10, um nome será referendado. No entanto, o que importa e o que queremos é que a militância esteja unida, fortalecida e entendendo que os desafios atuais são duros.”

Quem está na disputa

Em recente entrevista para o Jornal Brasil Popular, Geraldo Magela disse que considera a eleição para governador do DF, neste ano, a mais importante da história até agora. “Os eleitores poderão escolher um presidente da República e um governador do mesmo partido. Por isso, o PT precisará construir uma forte unidade para levar a militância petista para as ruas e fazer uma campanha vibrante”, afirmou.

Alguns nomes já se apresentaram para a disputa do governo do DF. Mas definido mesmo é o do atual governador Ibaneis Rocha (MDB). Além dele, aparecem, por exemplo, o senador Izalci Lucas (PSDB), Leandro Grass (PV), Lucas Salles (DC), Rafael Parente (PSB), Keka Bagno (Psol) e João Vicente Goulart (PCdoB).

O deputado distrital Leandro Grass já foi citado como possível cabeça de chapa de uma frente de esquerda pela direção nacional do PT. Isso porque PV e PCdoB estão mais adiantados na formação de uma federação com os petistas. A ex-jogadora de vôlei Leila Barros também vasculha o terreno antes de decidir. Eleita senadora pelo PSB em 2018, ela ainda tem mais quatro anos de mandato e pode fazer uma aposta, possivelmente pelo PDT, ou não.

Por sua vez, Izalci também tem mandato de senador até 2026. Já o também postulante Regufe, eleito senador pelo PDT em 2014, bandeou para o União Brasil (fusão do DEM com o PSL). E ainda avalia se disputa o GDF ou a reeleição ao Senado.

Com informações do Jornal Brasil Popular