São Paulo – O PT acionou nesta sexta-feira (22) o Conselho de Ética da Câmara contra cinco deputados bolsonaristas que xingaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sessão solene do Congresso Nacional, durante a promulgação da emenda que institui a reforma tributária, na última quarta (20). O partido pede a abertura de processo disciplinar contra Nikolas Ferreira (PL-MG), Abilio Brunini (PL-MT), Gustavo Gayer (PL-GO), Mauricio Marcon (Podemos-RS) e Messias Donato (Republicanos-ES).

Quando Lula entrou no plenário da Câmara, os bolsonaristas entoaram gritos de “o ladrão chegou” e “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”. Eles também atacaram a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Parlamentares petistas e da base do governo reagiram. Os gritos de “Lula guerreiro do povo brasileiro” e “Olê, olá, Lula, Lula” abafaram os xingamentos dos bolsonaristas.

Assinam as representações contra os bolsonaristas no Conselho de Ética a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu. Assim, na peça, afirmam que os deputados alvos das representações agiram como “uma turba ensandecida”, quebrando o decoro parlamentar. Além disso, se portaram como “viúvos do ódio, da desesperança e do negacionismo que vigeu até o estertor de 2022 e, ainda, revoltados com o momento democrático e os avanços que se observam na nova gestão do país”.

Para os petistas, são “lamentáveis e inaceitáveis” as cenas protagonizadas pelos bolsonaristas, em desrespeito ao presidente. Ao mesmo tempo, os ditos “patriotas” ainda em desrespeito total à democracia e aos símbolos nacionais ficaram de costas durante a execução do Hino Nacional. Nesse sentido, pedem a adoção de “sanções cabíveis” contra os deputados citados.

Quaquá x Donato

Na ação contra Donato, o PT argumenta que o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) foi “claramente agredido” pelo bolsonarista. Quaquá utilizava o celular para registrar as agressões contra o presidente Lula. Foi então que Donato avançou contra ele, com o objetivo de derrubar seu celular e o impedi-lo de continuar registrando os xingamentos.

Quaquá reagiu, desferindo um tapa no rosto de Donato. “Afirma-se, desde logo, que ato contínuo, num comportamento admitido pelo Direito (legítima defesa e/ou retorsão imediata), o Deputado Federal reagiu à agressão sofrida, dentro dos parâmetros da proporcionalidade”, afirmam na representação contra o bolsonarista.

O comunicado divulgado pelo PT mostra que as imagens da TV Câmara possibilitaram a identificação dos parlamentares que xingarem Lula e Tebet. Do mesmo modo, afirmaram que outros parlamentares devem ser alvo de representações similares nos próximos dias. Além disso, também anexaram outros vídeos que comprovam as “agressões verbais e morais”.