Conselho de Ética instaura processos por quebra de decoro contra Zambelli, Eduardo ’03’ e Nikolas
Eduardo ameaçou enfiar a mão na cara de petista; Zambelli mandou deputado “tomar no…”; e Nikolas promoveu ato misógino no Dia da Mulher
Publicado 30/05/2023 - 17h50
São Paulo – O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados instaurou, nesta terça-feira (30), sete processos por quebra de decoro parlamentar. Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) estão entre os alvos. Zambelli e o filho 03 de Jair Bolsonaro são acusados de proferir xingamentos e agressões a colegas da Casa. Nikolas Ferreira (PL-MG) usou uma peruca durante discurso na tribuna da Câmara para atacar ao mesmo tempo mulheres, gays e pessoas transgênero. Esses são os três casos mais graves.
Durante uma reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que recebia o ministro da Justiça, Flávio Dino, em abril, Zambelli mandou o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) ir “tomar no c*”. Depois, ao portal Metrópoles, a parlamentar argumentou que sua fala foi tirada de contexto.
Já Eduardo Bolsonaro não gostou de ouvir de Dionilso Marcon (PT-RS) que a facada contra Jair Bolsonaro em 2018 foi “encenação”. O filho do ex-presidente levantou-se do assento, xingou o colega com palavrões e ameaçou “enfiar a mão na cara” do petista, mas foi contido. “Perco o mandato, mas com dignidade”, disse ainda o ’03’.
Zambelli: figura carimbada
Embora, em tese, os processos possam levar à cassação dos deputados, é muito difícil que isso aconteça. A punição pode ser de uma suspensão por 90 dias ou ainda uma mais branda simples advertência. A situação de Zambelli é a mais complicada. Até porque as situações em que ela se envolveu são muitas.
A imagem da deputada ficou também vinculada à cena em que perseguiu um homem desarmado na região dos jardins, em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. A própria parlamentar sabe que é visada. Por isso postou um vídeo com voz chorosa na semana passada, comparando sua situação com a do deputado cassado Deltan Dallagnol.
A peruca de Nikolas
Por usar uma peruca loira na tribuna, no Dia Internacional da Mulher, Nikolas Ferreira foi advertido pelo próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “O Plenário da Câmara dos Deputados não é palco para exibicionismo e muito menos discursos preconceituosos. Não admitirei o desrespeito contra ninguém”, disse Lira.
José Medeiros (PL-MT) responderá por supostamente ter agredido o deputado Miguel Ângelo Filho (PT-MG) com um pisão no pé e uma cotovelada.
Outros três deputados enfrentarão Conselho de Ética
Márcio Jerry (PCdoB-MA), é acusado pelo PL de Bolsonaro de importunação sexual contra a deputada Julia Zanatta (PL-SC). A sigla bolsonarista também acusa a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) de ter ofender o deputado Ricardo Salles (PL-SP) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o MST. Segundo ela, Salles teria falsificado mapas e tem vínculos com o garimpo e o comércio de madeira ilegal.
Por fim, o Conselho de Ética vai investigar acusação sobre a deputada Juliana Cardoso (PT-SP), que teria chamado os apoiadores do projeto de lei do marco temporal das terras indígenas de “assassinos do nosso povo indígena”, durante a sessão de votação da urgência do projeto.