Eleições 2016

Justiça Eleitoral aumenta envio de tropas federais para os municípios neste domingo

No total, TSE autorizou forças de segurança em 307 cidades de 12 estados, mas número pode ser ampliado até tarde de sexta-feira. Maior preocupação diz respeito à Paraíba, segundo ministros

arquivo/ebc

A Justiça eleitoral demonstrou preocupação com casos de violência contra candidatos

Brasília – A Justiça Eleitoral demonstrou preocupação, hoje (29), com os casos de violência observados contra candidatos a prefeitos e vereadores que resultaram nas mortes de um candidato a vereador no Rio de Janeiro, no início da semana, de um candidato a prefeito no estado de Goiás e de pessoas baleadas em Goiás e no Mato Grosso do Sul, ontem. Nesta manhã, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou o envio de forças federais para mais 21 municípios, o que perfaz o total de 307 municípios de 12 estados a serem atendidos por tropas do Exército.

A decisão partiu de um dos últimos julgamentos dos pedidos feitos pelos tribunais regionais ao TSE e, desta vez, compreende outros municípios de Amazonas e Alagoas e inclui cidades dos estados da Paraíba e Mato Grosso do Sul. Já tinham sido concedidas solicitações semelhantes para cidades do Acre, Maranhão, Sergipe, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Tocantins.

Um dos pedidos considerado emblemático pelos ministros do TSE foi feito por juízes eleitorais da Paraíba, por meio dos representantes dos municípios de Aparecida, Lastro, Marisópolis, Nazarezinho, São Francisco da Lagoa Tapada, Santa Cruz, Veirópolis, Campina Grande, Esperança, Souza e Pombal. A situação do estado foi considerada preocupante, após a avaliação, pela relatora do caso, ministra Rosa Weber, de documento do setor de inteligência da Polícia Civil daquele estado, que externou “possibilidade real de ação criminosa de bando fortemente armado com vista a comprometer a segurança do pleito”.

No início da tarde, o ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, repudiou os atos violentos e disse que está cobrando providências sobre os atentados políticos observados recentemente, além de cobrar investigações de fatos semelhantes contra todos os candidatos às eleições de 2016, ocorridos nos últimos meses.

Mendes afirmou que também encaminhou ofício ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pedindo que a Polícia Federal acompanhe as investigações sobre assassinatos de candidatos nestas eleições.

No pleito deste ano, a Justiça eleitoral pretende divulgar boletins a cada duas horas, a partir das 8h do domingo (2) informando sobre todos os casos registrados de impugnações, prática irregular de boca de urna, compras de votos, prisão de eleitores e candidatos por algum tipo de crime eleitoral, atos violentos e demais irregularidades cometidas durante o período de votação.

O TSE também realizará uma votação paralela à oficial, como forma de auditoria, com o intuito de comprovar que o voto digitado pelo eleitor na urna eletrônica é exatamente o mesmo que foi escrito em uma cédula de papel e em um terminal de apuração independente – em ambiente filmado e fiscalizado. O objetivo final é comprovar a coincidência entre os resultados obtidos nos boletins de urna e os dos relatórios emitidos pelo sistema de apoio à votação paralela e entre as cédulas da auditoria de funcionamento das urnas eletrônicas e o registro digital dos votos apurados.