Fim da linha

Polícia paraguaia prende bolsonaristas procurados pelo 8 de janeiro e entrega à PF

O blogueiro Wellington Macedo de Souza foi detido sujo de lama e sangrando. Empresária Rieny Munhoz Marçula e radialista Maxcione de Abreu também foram presos

Reprodução/Redes Sociais
Reprodução/Redes Sociais
Blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza e emperesária Rieny Munhoz Marçula estavam foragidos

São Paulo – O blogueiro Wellington Macedo de Souza, o radialista Maxcione Pitangui de Abreu e uma mulher, a “empresária” Rieny Munhoz Marçula Teixeira – os três bolsonaristas procurados – foram presos na noite de ontem (14) pela polícia paraguaia. Os três foram entregues à Polícia Federal na Ponte da Amizade. Eram procurados por participação, incitação e, no caso de Rieny, também por financiar os atos golpistas do 8 de janeiro em Brasília, quando as sedes do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

Wellington foi condenado à revelia, em agosto, a seis anos de prisão por tentar explodir uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, na véspera do Natal em 2022. É investigado em inquéritos da Polícia Civil e estava foragido desde janeiro. Foi encontrado em Ciudad de Leste pela Polícia do Paraguai. Foi preso sangrando e sujo de lama. O “radialista” Maxcione teria sido preso na companhia de Wellington.

A empresária presa se identifica na rede social Linkedin como pequena empresária “na Rieny Cilios e Micropigmentação”, em Campinas (SP). Ela teve os bens bloqueados após ser apontada como financiadora do transporte de envolvidos nos ataques a Brasília. A mulher nega. Em uma rede social, diz que foi a Brasília e ficou “aproximadamente 60 dias me manifestando” (sic). Afirma que no dia 8 não participou e não concorda com as depredações.

Ex-assessor de Damares Alves

O bolsonarista começou a atuar como ”jornalista” em Sobral (CE). Ganhou notoriedade com a crescente promoção e difusão de fake news e ataques à democracia. Assim, ganhou milhares de seguidores. Com o “sucesso”, veio a ser assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, na gestão de Damares Alves, de onde foi exonerado quando passou a ser investigado.

Considerado terrorista, Wellington tentou se credenciar como jornalista para “cobrir” a cerimônia de posse do presidente paraguaio Santiago Peña, em Assunção, cerimônia que teve a presença presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Avisadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), as autoridades paraguaias negaram acesso do bolsonarista ao evento. A segurança de Lula também foi alertada.

A polícia Paraguai divulgou a prisão dos bolsonaristas em seu perfil no Twitter. “Estrangeiros detidos com mandados de prisão no Alto Paraná”, diz a postagem, com as fotos dos detidos borradas. A instituição informou que os três “possuem mandados de prisão pendentes em seu país de origem”.

As prisões foram feitas em meio aos julgamentos dos réus bolsonaristas no Supremo Tribunal Federal, que já condenaram três participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro.