Deputados paulistas aprovam convite a cardeal para discutir reitoria da PUC

Parlamentar tucano considera perda de tempo discussão da escolha da reitora Ana Cintra, feita por dom Odilo Scherer, e propõe discussão ampla sobre educação

Welson Gasparini diz que situação da educação é “horrível”, inclusive em São Paulo (Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa)

São Paulo – A Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem (3) requerimento do deputado Carlos Giannazi (PSOL) convidando o cardeal dom Odilo Scherer, presidente da Fundação São Paulo e grão-chanceler da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), para esclarecer o critério de escolha da reitora Ana Cintra, terceira colocada na votação realizada em novembro de 2012, e não o primeiro classificado na lista tríplice, o então reitor, o professor de Direito Dirceu de Mello. Estudantes, funcionários e professores exigiam que Mello continuasse no cargo.

O requerimento foi aprovado por quatro votos a dois. Além de Giannazi, os deputados João Paulo Rillo (PT), Ana do Carmo (PT) e Leci Brandão (PCdoB) votaram a favor. Os votos vencidos foram de Welson Gasparini (PSDB) e Reinaldo Alguz (PV).

Gasparini disse que votou contra o requerimento porque não vê justificativa no convite ao presidente da Fundação São Paulo. “O regulamento da PUC dá a ele o direito de escolher um dos três da lista tríplice. Isso não é só na PUC, mas em um monte de instituições, na administração pública tem muito disso.” Gasparini afirmou que, em vez de a comissão se dedicar a uma questão cuja resposta é conhecida, deveria se preocupar com a situação da educação no estado e no país como um todo, que, segundo ele, “está horrível”, inclusive o ensino fundamental e médio de São Paulo.

O tucano disse que a comissão deveria chamar autoridades da área para fazer uma ampla discussão sobre a situação precária da educação, “deixando a questão partidária de lado”. Para ele, as falhas do governo do estado também “vão aparecer”. 

O parlamentar acha que o secretário de Educação, Herman Voorwald, deveria ser convidado para discutir a questão. “Não só ele, vamos convidar o ministro da Educação (Aloizio Mercadante) também e outras autoridades, o reitor da USP (João Grandino Rosas), para ouvir, dialogar e discutir o que está errado e buscar corrigir. Não se justifica perder um tempo para que o cardeal venha explicar por que escolheu o terceiro e não o primeiro, se está no estatuto que ele pode escolher.” 

Giannazi não foi localizado pela reportagem.