Nova ação contra Cachoeira e sua quadrilha envolve 17 pessoas

Segundo MP, esquema de exploração ilegal de caca-níqueis movimento somas milionárias durante 10 anos em Goiás e entorno de Brasília

São Paulo – Uma nova denúncia contra o bicheiro Carlos Cachoeira e sua rede criminosa, produzida pelo Ministério Público Federal em Goiás, levou à acusação de 17 pessoas por formação de quadrilha armada, corrupção, peculato e violação de sigilo, entre outros delitos. Parte delas já constava de um primeiro processo contra 80 integrantes do esquema.

Entre os acusados estão policiais militares, civis e federais, além de funcionários públicos dos três níveis federativos. Todos faziam parte, segundo o MP, de um esquema de depósito e exploração caça-níqueis com máquinas contrabandeadas.

A denúncia foi apresentada à Justiça em 14 de novembro, mas só ontem (21) veio à tona, após a saída de Cachoeira da cadeia, devido ao julgamento de outro processo.

Desde o começo das investigações, conduzidas pelos procuradores da República Daniel de Resende Salgado e Lea Batista de Oliveira, foram apreendidos 345 equipamentos (202 caça-níqueis em Valparaíso; 101 em Brasília; e 42 em Goiânia) em 12 operações.

Pareceres técnicos revelaram que as máquinas tinham componentes da China, de Taiwan, da Malásia, das Filipinas, da Costa Rica e da Coreia, todos inportados ilegamente.

Denunciados

As 17 pessoas denunciadas são: Carlinhos Cachoeira, Lenine Araújo, Geovani Pereira, José Olímpio de Queiroga, Rosalvo Simprini, Raimundo Washington Queiroga, Francisco Marcelo Queiroga, Terezinha Francisca da Silva, Valmir José da Rocha, Antônio José Sampaio, Danilo Dias Dutra, Fernando César da Silva, Rita de Cássia Moreira da Silva, Arnaldo Rúbio, Paulo Roberto de Almeida Ramos, Thiago de Almeida Ramos.

Segundo o MP, a quadrilha “cartelizada” os jogos em regiões distintas no Estado de Goiás e em Brasília, agindo sob ordens de Cachoeira. Em todas as negociações, o percentual repassado ao mentor do grupo variava entre 20% e 30%.

Com duas principais frentes de atuação – no Entorno de Brasília e em Goiânia –, durante mais de dez anos, e também com o recrutamento de setores do braço armado do Estado, o grupo movimentou teria movimentado cifras milionárias. Só de janeiro a setembro de 2011, de acordo com o MP, foram R$ 11 milhões.

Com o domínio dos pontos de exploração, sem concorrência e com a polícia cooptada, a organização ganhou contornos empresariais, passando a ter controle financeiro e contábil operado via web. 

“Todos os denunciados, conjuntamente, exerciam a atividade criminosa em forma empresarial, com divisão de tarefas claras, não obstante cada qual atuasse com preponderância em determinada área da atividade criminosa”, concluíram os procuradores da República Daniel Salgado e Lea Batista.

Com informações do Ministério Público Federal de Goiás