São Paulo – Os principais candidatos à Presidência da República focaram o programa eleitoral da noite deste sábado em saúde. O tema, que ocupa sempre o centro da campanha do tucano José Serra, foi o destaque também dos programas de Dilma Rousseff e Marina Silva.

Com rápida aparição do ex-governador mineiro Aécio Neves, Serra, agora, focou na saúde para as mulheres, prometendo a volta de mutirões e a implementação de programas para as gestantes. “Não dá para entender porque acabaram com os mutirões da saúde (…) Se tem dinheiro para tanta coisa, por que não tem mais recurso para a saúde da mulher?”, questionou. O ex-governador, novamente, colocou-se como criador dos programas que resultaram no Bolsa Família, prometendo ampliar a marca do governo Lula se eleito.

Mais uma vez, Serra repetiu a metáfora futebolística de que política é que nem bater pênalti: “não dá para chutar com o pé do outro.” Trata-se de uma referência, repetida em todos os discursos nos últimos dias, à aliança entre Dilma Rousseff e Lula. Desde que a adversária abriu larga vantagem, Serra tem tentado reforçar a visão de que, se eleita, a ex-ministra não vai governar de fato, sendo comandada externamente pelo presidente. Mais cedo, em evento no interior paulista, e nos compromissos de quinta e de sexta-feira, o tucano usou a mesma metáfora, falando que não se pode disputar eleições na “garupa” de Lula.

A propaganda de Dilma Rousseff, gravada antes da divulgação da pesquisa Ibope que lhe dá 24 pontos de vantagem, abriu com o levantamento do Datafolha, publicado na quinta-feira (26), no qual figura 20 pontos à frente de Serra. Depois disso, focou nas conquistas do governo na saúde, área na qual o adversário tucano tem se apoiado. “O Brasil nunca esteve tão bem preparado para dar um salto em todas as áreas (…) O que nos aguarda é uma nova era de prosperidade econômica e social”, afirmou.

Saúde também foi o tema escolhido por Marina Silva, que iniciou seu programa em uma roda de conversa com mulheres que se queixam do sistema público. A senadora lembrou que a Emenda 29, que possibilitaria destinar mais recursos ao serviço de saúde de estados e municípios, nunca foi implementada, apesar de aprovada há dez anos.