Marina alivia e diz que não quis criticar Serra

Em evento promovido pela Bovespa, candidata recebe projeto de educação financeira, lança ideia de novo indicador ambiental para indústrias e explica ofensiva contra tucano em debate pela internet

Na abertura do pregão, Marina propôs índice de emissão de carbono (Foto: Guilherme Lara Campos / Fotoarena / Folhapress)

São Paulo – Um dia depois de participar de um debate online entre os principais candidatos à Presidência da República, Marina Silva (PV) disse na manhã desta quinta-feira (19) que sua intenção não foi a de criar constrangimento a José Serra (PSDB). A atuação da senadora destacou-se pelas duras críticas que fez contra o PSDB e a campanha tucana.

“Eu quis atacar um problema que é do país, tentei criar um constrangimento público, não especificamente ao Serra. Eu não tenho essa visão, de fazer campanha para atingir esse ou aquele candidato. Agora, se isso pode tirar votos de alguém, é porque os problemas estão aí e devem ser atacados”, esquivou-se.

No debate, Marina fez críticas à educação, acusando a falta de política pública do PSDB, durante sucessivos mandatos no governo de São Paulo. A candidata também foi dura com o candidato tucano, que no primeiro programa do horário gratuito na TV, na terça (17), foi mostrado caminhando por uma “favela virtual”, montada em estúdio.

Capital

Marina Silva esteve na sede da Bovespa, no centro da capital paulista, para “firmar compromissos com o mercado financeiro no sentido de buscar formas de levar o Brasil a ingressar numa nova economia”, conforme disse. Durante o evento, a candidata recebeu um documento com propostas para o futuro governo elaborado por representantes do setor.

Antes de sua fala, Marina ouviu o presidente da Bovespa, Edemir Pinto, e Tomás Tosta de Sá, coordenador de um grupo de entidades reunidas sob o Plano Diretor do Mercado de Capitais. Eles teceram considerações sobre o papel da bolsa de valores na atividade econômica e os esforços do sistema financeiro para enquadrar-se em conceitos como sustentabilidade e preservação ambiental. A Bovespa mantém um índice para medir a variação de ações de empresas que atendem a critérios de responsabilidade socioambiental.

A candidata ainda recebeu de Edemir a notícia de que a Bovespa pretende ampliar seu campo de atuação – no que chamou de “democratização do mercado financeiro” –, abrindo a possibilidade para aplicações de parcelas da população de menor poder econômico. Segundo o presidente da Bovespa, essas camadas estavam, até recentemente, excluídas dessa modalidade de poupança.

Ao fim das apresentações, Marina recebeu de Tosta de Sá uma cartilha sobre educação financeira para escolas, elaborada pela Bovespa e pelas entidades patronais. Segundo a entidade, o material já compõe o currículo de cerca de 450 instituições de ensino privado do país.

A senadora reiterou sua preocupação com os ativos ambientais do país e disse que o sistema financeiro de grande responsabilidade de participar da preservação dos biomas, exigindo das empresas práticas corporativas sustentáveis.

Aproveitou para anunciar que, em um eventual governo seu, pretende criar uma nova agência, que estabeleça normas e marcos regulatórios para diminuir o impacto da atividade industrial. “Vamos desenvolver um novo indicador – o de emissão de gases-estufa – que poderá ser usado pela Bovespa para identificar empresas ambientalmente responsáveis”, discursou.

Educação

A candidata também foi questionada pela Rede Brasil Atual sobre a viabilidade de se instaurar a educação financeira em escolas públicas, tomando a experiência da Bovespa, com sua cartilha para estudantes do ensino médio, e mais uma vez sendo lembrada que educação foi um dos pontos por ela mesma severamente criticado no dia anterior.

Sem se comprometer com a reivindicação diretamente, Marina afirmou que pode pensar no assunto, mas adiantou pontos de sua avaliação. “Eu não conheço ainda (o livro da Bovespa), mas posso dizer que o ensino de finanças deve necessariamente ser transversal, isto é, não pode ser uma disciplina isolada das demais. Você pode estudar matemática, química, lingua portuguesa etc. e tudo isso relacionado à educação financeira”, sugeriu.

 

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