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Manifestações por impeachment terminam sem incidentes em todo o país

Protestos contra a corrupção e por destituição de Dilma foram vistos com tranquilidade por integrantes da Frente Brasil Popular, que convoca mobilização na sexta-feira (18)

André Tambucci / Fotos Públicas

São Paulo – Sem registros de confrontos, os protestos de hoje (13) na capital paulista contra o governo Dilma e contra a corrupção reuniram cerca de 1,4 milhão de pessoas na Avenida Paulista, segundo estimativas da Secretaria de Segurança Pública do estado. Para o instituto Datafolha, o número de participantes no protesto da Avenida Paulista foi de 500 mil.

Em outros estados e no Distrito Federal, o total de participantes nos protestos foi de aproximadamente 1 milhão, segundo as respectivas polícias militares. O Rio de Janeiro não fez contagem oficial. Os organizadores da marcha afirmaram que o público foi de 1 milhão de pessoas.

Segundo os números oficiais, Brasília contabilizou 100 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, em ato encerrado por volta das 13h. Em Curitiba foram estimadas 160 mil pessoas e no Recife, 120 mil.

Belo Horizonte e Porto Alegre, onde não foram feitas contagens oficiais, tiveram 30 mil pessoas nos protestos, segundo os organizadores. Pelos números da PM foram 30 mil em Goiânia, 20 mil em Salvador, 25 mil em Maceió e 4 mil em São Luís. Belém, João Pessoa, Fortaleza, Campo Grande e Aracaju não forneceram estimativas oficiais.

Tranquilidade

Após os atos, lideranças do PT ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo afirmaram que o tamanho das manifestações era esperado, mas que não serão determinantes para definir o apoio ao governo no Congresso, daqui em diante. “É preciso esperar. Vamos ver como o nosso lado se manifesta. Não podemos avaliar o cenário político apenas com base nas manifestações da oposição”, disse o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), referindo-se aos atos convocados pela Frente Brasil Popular – que reúne movimentos sociais e sindical, além de partidos como o PT e o PCdoB – marcados para sexta-feira (18).

Por seu lado, os partidos de oposição consideraram as manifestações alcançaram o objetivo e afirmaram esperar que o processo de impeachment contra Dilma deverá ganhar força no Congresso.

Democracia

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República divulgou, logo após encerradas as manifestações, nota em que afirmou que “a liberdade de manifestação é própria das democracias” e deve ser respeitada por todos.

“O caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”, disse a nota da Secom.

Segundo a Agência Brasil, O texto foi divulgado após reunião da presidenta Dilma Rousseff com os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, no Palácio da Alvorada, para avaliar as manifestações contra o governo deste domingo.

Porto Alegre

Na capital gaúcha, dois atos movimentaram este domingo. No parque Moinhos de Ventos, o Parcão, o protesto reuniu pessoas favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os manifestantes vestiam roupas nas cores verde e amarelo e carregavam bandeiras do Brasil. Faixas e cartazes pediam a saída do PT do governo e o fim da corrupção. Houve discursos inflamados pronunciados no carro de som e os organizadores executaram o Hino Nacional.

Já no Parque Farroupilha, uma manifestação em defesa do governo começou  por volta das 14h, mas ao meio-dia já havia pessoas com bandeiras e faixas do PT, da CUT e de movimentos sociais.

Em pouco tempo, os militantes ocuparam todo o entorno do Monumento ao Expedicionário, um dos símbolos do parque.

A maioria dos participantes usava roupas vermelhas, adesivos e faixas com os dizeres “não vai ter golpe”. Os organizadores levaram uma banda de música gaúcha para animar a militância e promoveram um “coxinhaço” com a venda de coxas de frango assadas a preços populares.

Rovena Rosa / Fotos Públicas
Avenida Paulista, no horário de pico das manifestações em São Paulo

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