Lula diz que suportou ‘golpe’ do mensalão graças a base social

Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirma que trabalho e história do PT são maiores que 'alguns erros que foram cometidos' e cobra reconhecimento a Lula e Dilma 'nas urnas'

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu à base social o fato de ter se mantido no poder com o “golpe” criado, segundo ele, a partir do episódio do mensalão, em 2005. “Não foi fácil porque a elite política brasileira não brinca em serviço”, afirmou durante comício neste sábado (29) em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, organizado pela campanha do candidato do PT à prefeitura, Fernando Haddad.

“Eles não gostam quando eu falo, mas em 2005 eles tentaram dar um golpe em mim. Como deram em João Goulart, como tentaram dar em Juscelino, como levaram Getúlio Vargas ao suicídio. Mas eles não sabem que estavam lidando com uma pessoa diferente. Não sabiam que não existia apenas um Lula. Enquanto tinha um Lula em Brasília, havia milhares de Lula em São Miguel Paulista, trabalhadores, empregados e aposentados, vestidos de homens, de mulheres”, afirmou o ex-presidente, aplaudido várias vezes pelo público, que entoou o tradicional coro de “Olê, olá, Lula, Lula”. 

Lula aproveitou o discurso para lembrar uma série de conquistas de seu governo, como a melhoria do serviço de Previdência, com redução das filas e dos tempos de concessão de benefícios, a criação de empregos, o aumento do poder de compra e o acesso a mais bens de consumo, e o Programa Universidade para Todos (ProUni), criado na gestão de Haddad à frente do Ministério da Educação. 

“Eu queria provar que um nordestino não vem a São Paulo apenas para ser pedreiro”, disse o petista sobre o sentimento que carregava ao chegar ao Palácio do Planalto. “Não que a gente tenha vergonha de ser pedreiro. Mas será que nós só prestamos para isso? Sentimos orgulho de ser pedreiro, mas queremos ser mais”. Ele recordou evento ao qual compareceu esta semana ao lado de Haddad no qual estudantes do ProUni contaram suas origens e como chegaram ao ensino superior. Lula citou em específico a história da filha de um pedreiro que hoje, com bolsa, cursa a faculdade de medicina. 

O atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também presente ao comício, utilizou a parte final do discurso para lamentar o uso que se faz do mensalão, atualmente em julgamento pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem citar o caso, o petista, que foi candidato ao governo do estado em 2010, ressaltou as três décadas de trajetória da sigla, nascida da resistência à ditadura. “Esse partido é muito maior do que alguns erros que goram cometidos. A história vai reconhecer a contribuição que demos ao Brasil”, destacou. “É na urna que a gente tem de mostrar o reconhecimento que Lula e Dilma merecem por tudo o que fizeram pela cidade. Vamos às urnas de cabeça erguida.”

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