Líder comunitária confirma esquema de venda de emendas parlamentares em São Paulo

O nome de dona Terezinha, como é conhecida, surgiu em um depoimento do deputado estadual Major Olímpio (Foto: Divulgação/ Assessoria de Imprensa) São Paulo – A presidente do Centro Cultural […]

O nome de dona Terezinha, como é conhecida, surgiu em um depoimento do deputado estadual Major Olímpio (Foto: Divulgação/ Assessoria de Imprensa)

São Paulo – A presidente do Centro Cultural Educacional Santa Terezinha, Tereza Barbosa, confirmou a existência do esquema de vendas de emendas parlamentares na Assembleia Legislativa de São Paulo. Sem citar nomes, ela disse que irá ao Conselho de Ética, se for chamada, e contará como se desenvolve o esquema.

O nome de dona Terezinha, como é conhecida, surgiu em um depoimento do deputado estadual Major Olímpio (PDT). Ele contou que a presidente da entidade conhecia alguns deputados paulistas que ofereciam recursos provenientes de emendas parlamentares, contanto que uma parcela do dinheiro fosse transferida uma outra entidade, geralmente ligada ao próprio parlamentar. Olímpio também assegurou que a líder comunitária – que já foi candidata a vereadora pelo PTB – possui bom trânsito no governo e na Casa Civil paulistas.

Em entrevista concedida ao jornal Folha de S.Paulo, dona Terezinha restringiu-se a dizer que um dos deputados que propuseram a irregularidade faz parte da bancada evangélica da Casa. Ela justifica o porquê de não apresentar nomes: “Eu tenho medo (de morrer) sim, vou mentir?”

Ainda segundo a Folha, a líder comunitária isentou o governo paulista de responsabilidade, alegando que o esquema “era entre os deputados”. A preocupação pode ser justificada pelo bom relacionamento adquirido com membros do governo, principalmente com o governador Geraldo Alckmin. Na sede da entidade, localizada na Zona Sul de São Paulo, dona Terezinha mantinha nas paredes na terça-feira (25), fotos ao lado do governador e de membros das últimas administrações estaduais.

O promotor que acompanha o caso no Ministério Público, Carlos Cardoso, disse há uma semana que pretendia incluir o depoimento de dona Terezinha no processo. Ela não confirmou que entregará os nomes a Cardoso. “Isso é entre mim e o promotor”, disse.

Após o depoimento de Olímpio, a dirigente afirmou que escreveu um “diário” detalhando como funciona o esquema, inclusive com nomes de deputados, para o caso de “acontecer alguma coisa” com ela. Dez cópias dos registros foram entregues a pessoas de confiança dela.