Violência

Justiça Federal manda União pagar pensão a filhos de Marcelo Arruda, que ganha homenagem em Foz do Iguaçu

Guarda municipal foi assassinado a tiros, em julho do ano passado, por bolsonarista

Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
"O Marcelo representa aquilo que buscamos para uma sociedade justa, igualitária e democrática", disse vereadora

São Paulo – A Justiça Federal do Paraná determinou que a União pague pensão alimentícia aos três filhos menores do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado em 9 de julho do ano passado, quando comemorava o 50º aniversário com a família e amigos. A decisão é de primeira instância, do juiz Diego Veras, da 2ª Vara de Foz do Iguaçu. Cabe recurso.

A pensão deve ser paga, de acordo com a Justiça, porque a arma usada no crime é propriedade da União. Arruda foi morto pelo agente penitenciário federal Jorge Guaranho, servidor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Bolsonarista, ele matou o guarda civil a tiros porque a festa de aniversário tinha PT e Lula como tema. Guaranho irá a júri popular. Calculados com base no salário de Arruda, os valores da pensão devem ser pagos até que os filhos completem 21 anos.

Na última sexta-feira (10), o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD), assinou decreto que dá nome de “Complexo Marcelo Aloizio de Arruda” ao local que abriga as sedes da Guarda Municipal, do Instituto de Transporte e Trânsito da cidade (Foztrans) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Foram quase 30 anos de serviço público.

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“O Marcelo representa aquilo que buscamos para uma sociedade justa, igualitária e democrática. O triste caso de intolerância política que vivemos na cidade não pode ser esquecido, por isso devemos valorizar a memória de alguém que sempre será marcante”, disse a vereadora Yasmim Hachem (MDB), que encaminhou o decreto ao Executivo. “O Marcelo sempre foi muito fiel aos ideais que seguia, isso sempre o marcou positivamente. Era uma pessoa que brigava pelo certo e não descansava até que o bem coletivo fosse atendido. Infelizmente, por intolerância aos que pensam diferente, ele não pôde seguir conosco”, completou o prefeito.