Ameaça terrorista

Interventor diz que Distrito Federal tem ‘mobilização máxima’ das forças de segurança nesta quarta

Segundo Ricardo Cappelli, Polícia Militar, Força Nacional, Corpo de Bombeiros e inteligência da Polícia Federal estão articulados para combater golpistas

Reprodução/Youtube
Reprodução/Youtube
“O senhor Anderson Torres mudou boa parte do comando da Secretaria de Segurança e viajou para os Estados Unidos”

São Paulo – O interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, disse em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (11), que haverá “mobilização máxima” das forças de segurança na região, principalmente na Esplanada dos Ministérios, que foi fechada no dia de hoje e não entram mais carros, apenas das autoridades locais, assim como a Praça dos Três Poderes. Segundo ele, com a articulação entre os órgãos como Polícia Militar, Força Nacional, Corpo de Bombeiros e inteligência da Polícia Federal, há “segurança de que nunca mais a capital federal verá o que aconteceu” (no dia 8).

Hoje surgiram informações preocupantes de que terroristas bolsonaristas em grupos de mensagem estão chamando novos atos golpistas pelo país para esta quarta. “Os que querem repetir (os ataques do domingo), o que tenho a dizer a eles é simples: a lei será cumprida. A nossa democracia é plena, o direito à livre manifestação será sempre respeitado dentro do que prevê a Constituição”, disse. “Mas não se confunde com terrorismo, atentado às instituições democráticas, com ataque ao patrimônio público, à democracia. A lei será cumprida e (os que a violarem) serão tratados no rigor da lei”, acrescentou.

Diante da insistência de repórteres, falou do que classificou como “diferença fundamental” entre o dia 8 e esta quarta-feira. “Hoje eu estou aqui e vou acompanhar pessoalmente a operação na Esplanada; no domingo, o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (Anderson Torres) estava nos Estados Unidos.”

Liderança e comando

De acordo com Cappelli, para garantir a mobilização máxima “você faz segurança pública com liderança e comando. O que houve, na minha e na opinião de Alexandre de Moraes foi falta de comando e liderança. A mesma secretaria e os mesmos homens conduziram uma operação exemplar no dia 1° de janeiro”, disse ainda, sobre o dia da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão do ex-secretário Anderson Torres. O magistrado também mandou prender o coronel Fábio Augusto Vieira, que era o comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) no dia 8.

“O senhor Anderson Torres mudou boa parte do comando da Secretaria de Segurança e viajou para os Estados Unidos”, continuou o interventor. Torres não estava de férias quando saiu do país. As férias dele foram publicadas no Diário Oficial para valer a partir do dia 9, informou.

Insubordinação?

Cappelli também respondeu se teme alguma insubordinação da PM, por eventual descontentamento com o afastamento e prisão do comandante da tropa. “Hoje temos comando e tenho plena confiança nos comandados”, respondeu.

Questionado sobre a segurança dos servidores que estão trabalhando, o que não acontecia no domingo de terror, afirmou que todos trabalham normalmente. “As pessoas que tentam criar um clima de instabilidade querem que o governo federal pare de trabalhar para criar esse clima. Não vamos parar,  a segurança dos servidores da Esplanada está garantida”, completou.