Congressistas podem abrir impeachment de Bolsonaro, diz o ‘Washington Post’
Para o jornal dos EUA, a péssima gestão da pandemia e os arroubos golpistas de Bolsonaro são suficientes para o Congresso abrir processo de impeachment contra o presidente
Publicado 02/04/2021 - 19h10
São Paulo – Para o conselho editorial do jornal The Washington Post, o Congresso brasileiro tem elementos para abrir processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Em editorial publicado nesta sexta-feira (2), o corpo de editores de um dos mais importantes jornais do mundo criticou a péssima gestão da pandemia de covid-19 e os arroubos golpistas de Bolsonaro.
O jornal destacou a contribuição do presidente brasileiro para o agravamento da pandemia em seu próprio país, minimizando sua gravidade, resistindo às medidas de saúde pública e promovendo “curas charlatanescas”. E também pela disseminação da variante brasileira por outros países.
Logo no início do artigo, o conselho editorial afirmou que o Brasil enfrenta um dos piores picos de infecções pelo novo coronavírus já registrados. Lembrou as 3.869 mortes – um recorde, equivalente a praticamente um terço dos óbitos em todo o mundo. E frisou que, graças à incompetência de Bolsonaro e seus auxiliares, a vacinação atinge patamar de apenas 2% da população.
Contra o impeachment
A aparente “preparação das bases para outro desastre” enquanto fecha os olhos para a pandemia – um golpe político contra o Congresso e o povo – foi sinalizada pelos editores. Eles lembraram, inclusive, que nesta semana Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa e os principais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica entregaram seus postos.
Na quarta-feira (1º), lideranças de partidos de oposição protocolaram um novo pedido de impeachment contra Bolsonaro. Desta vez por possíveis crimes de responsabilidade por ameaça à democracia ao tentar a “cooptação dos quartéis”. O pedido foi motivado pelas mudanças no comando do Ministério da Defesa e das Forças Armadas.
Para os parlamentares, Bolsonaro tentou usar as Forças Armadas “politicamente” e entendem que a demissão simultânea dos chefes das três forças – um fato inédito no país – marca a maior crise da instituição desde a redemocratização.
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