Sem ódio

Harmonia entre as cores marca as comemorações do 7 de setembro em Brasília

O governo do presidente Lula se esforçou para despolitizar o desfile de 7 de Setembro, visando reforçar seu caráter de celebração nacional que visa unificar o país

Ricardo Stuckert / PR
Ricardo Stuckert / PR
Janja usa vestido vermelho e o presidente Lula desfila com a faixa verde e amarela no peito

Em um gesto que capturou a atenção de todos, a primeira-dama Janja escolheu um vestido vermelho para o desfile de 7 de Setembro, celebrando a independência do Brasil. Ela também fez o icônico gesto “L” com as mãos, em apoio ao seu marido, o presidente Lula. 

O mandatário participou do desfile com a faixa presidencial verde e amarela no peito. Grande parte dos espectadores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, optou por usar camisetas da seleção nacional brasileira, em tons de verde e amarelo, e carregavam bandeiras do país.

O governo do presidente Lula se esforçou para despolitizar o desfile de 7 de Setembro, visando reforçar seu caráter de celebração nacional que visa unificar o país. A iniciativa incluiu a tentativa de resgatar as cores verde e amarelo da bandeira nacional, que recentemente se tornaram fortemente associadas aos seguidores de Jair Bolsonaro.

O vermelho não é apenas uma cor; é um símbolo. No ambiente político, especialmente na esquerda latino-americana, a cor é indissociável da luta pela justiça social, igualdade e direitos dos trabalhadores. Não é nenhum segredo que o presidente Lula e seu partido, o PT, têm uma longa associação com a cor vermelha. Mas será que a escolha de vestido da primeira-dama foi um aceno para os apoiadores da esquerda ou apenas uma escolha de moda?

É difícil negar que a moda tem seu próprio idioma, especialmente na política, onde cada gesto e escolha são analisados minuciosamente. No entanto, quando a primeira-dama do Brasil, uma mulher que é ela mesma uma militante política, veste um vestido vermelho e faz o gesto “L”, é difícil acreditar que seja apenas uma coincidência estilística. Afinal, estamos falando de uma mulher que conhece o poder da simbologia.

Emoção no 7 de setembro

A professora Jamile Demenciano, de 37 anos, se emociona ao lembrar do avô e dos desfiles de 7 de setembro que assistiam juntos quando era criança, no interior do Rio de Janeiro. Ela veio do entorno do Distrito Federal, onde mora agora, para o evento na Esplanada dos Ministérios.

“Isso é civismo, independente de questão ideológica. Meu avô é falecido e estou aqui também por ele. Eu falava pra ele que um dia ia a Brasília ver o desfile, então, pra mim, é emocionante este momento”, disse.

Este ano, o slogan da semana é Democracia, soberania e união.

Para Jamile, é um tema necessário. “Fala da paz que a gente busca e soberania do nosso país, porque sabemos que ele é lindo e é de todos os brasileiros”, disse.

Leia também: 7 de Setembro é dia de lembrar que ‘o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos’, diz Lula

O clima estava tranquilo nas imediações do desfile e foi possível circular confortavelmente. Mas quem escolheu chegar um pouco mais tarde, por volta das 8h30, reclamou da limitação de público nas arquibancadas. Muitos não conseguiram entrar e tiveram que recorrer a algum dos telões espalhados na área externa.


Com Brasil 247 e Agência Brasil


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