Inauguração

Com Padilha, Haddad minimiza pesquisa negativa: ‘Em 2016 a gente conversa’

Em evento de inauguração unidade do SUS, prefeito indica responsabilidade da mídia sobre avaliação de sua gestão

® Juliana Knobel/Frame/Folhapress)

Alexandre Padilha e Fernando Haddad, durante inauguração de unidade de saúde bucal do SUS, em São Paulo

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), minimizou hoje (23) os resultados da pesquisa Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), feita pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ibope Inteligência, divulgada há dois dias, segundo a qual a avaliação “ótima/boa” da administração municipal caiu de 17%, em 2012, quando o prefeito era Gilberto Kassab (PSD), para 11% em 2013. “Em junho do ano passado eu era o mais bem avaliado, disse que ia oscilar, depois teve junho, uma surpresa para todo mundo. Mas vamos chegar em 2016 e aí a gente conversa”.

As declarações foram dadas na manhã de hoje, durante inauguração de um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), do governo federal, na capital paulista. O ministro da Saúde e futuro candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, esteve no evento.

Indiretamente, o prefeito atribuiu a baixa avaliação de sua gestão à falta de divulgação de seus projetos pela chamada grande imprensa. “Eu já disse que a fila da saúde diminuiu 15% dezenas de vezes. Não vi isso em nenhum jornal com destaque. Quando levarmos isso ao conhecimento público, porque vamos ter horário eleitoral, vamos mostrar o que fizemos.” Haddad disse ainda aos jornalistas: “Vocês estão no papel de vocês, não vão ficar falando de coisas boas. Nosso papel é de na hora certa mostrar o que fizemos, no final do mandato”.

Haddad e Padilha inauguraram a milésima unidade do CEO do país – e a 28ª da cidade de São Paulo, agora no Alto da Boa Vista, região sul da capital. O ministro disse que, com os CEOs, criados em 2004 como parte do Programa Brasil Sorridente, o SUS passa a ter o maior programa de saúde bucal pública do mundo. “Assumimos o ministério e ele fazia menos de 100 mil próteses dentárias por ano. Em 2013 fizemos mais de 400 mil”, ilustrou.

Segundo Padilha, o ministério criou um programa específico de formação de técnicos em prótese dentária porque “o grande desafio para montarmos CEOs, sobretudo nas regiões mais pobres do país, é termos técnicos para fazer próteses para a população”.

Sem comentários

Questionado sobre sua candidatura ao governo de São Paulo, já surgindo como adversário direto da reeleição de Geraldo Alckmin, Padilha disse que só falará sobre o assunto depois de se desligar do cargo atual. “Estou aqui como ministro da Saúde, esperem eu sair do ministério. Não vai demorar muito e vocês vão poder perguntar tudo de política.”

Saúde paulistana

Sem querer avaliar o quadro geral da saúde pública no estado, Padilha lembrou que São Paulo foi onde mais mais prefeituras requisitaram  profissionais do programa Mais Médicos no país. “Até o final de março, começo de abril, serão 13 mil médicos ligados ao programa. São Paulo vai receber 2.500 – foi o estado que mais pediu”, afirmou. “A região do Vale do Ribeira, por exemplo, desde dezembro, pela primeira vez teve um médico em cada cidade.”

Ele contou ainda que a prioridade do ministério na capital paulista, além da parceria com a prefeitura no combate ao crack, é a rede Hora Certa e a implantação das UPAs 24 Horas – estas últimas rejeitadas pelo ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). “São Paulo nunca teve [UPAs 24 Horas] e a prefeitura [com Haddad] aderiu ao programa. E estamos dando grande apoio ao Rede Hora Certa, programa que enfrenta as filas de exames e de pequenas cirurgias, uma inovação no SUS para enfrentar esse problema.”