Estudo indica que ministro nas redes sociais pensa mais no voto do que na interação

São Paulo – A maior parte dos ministros do governo de Dilma Rousseff tem contas em redes sociais, mas o comportamento nessas plataformas indica um uso mais eleitoral. Segundo os […]

São Paulo – A maior parte dos ministros do governo de Dilma Rousseff tem contas em redes sociais, mas o comportamento nessas plataformas indica um uso mais eleitoral. Segundo os autores de uma pesquisa sobre a presença dos novos titulares das pastas do governo federal nessas plataformas, os ministros petistas são os mais “populares” nas redes – com mais seguidores, amigos ou fãs –, mas nem todos aproveitam as possibilidades para trocas de informações e opiniões.

O estudo, realizado de 1º a 10 de janeiro pela Miti Inteligência, empresa de pesquisas e monitoramento de mídias digitais, indica que Aloízio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnolocia, é o mais popular no Twitter e no Facebook. O candidato derrotado ao governo de São Paulo também é dos poucos a ter contas em outras redes, como Flickr e Youtube. Maria do Rosário, titular da Secretaria de Direitos Humanos, é quem tem mais amigos no Orkut – três perfis, dos quais dois chegaram à capacidade máxima, somando 3.984 amigos.

“(Com os resultados da pesquisa) fica claro que as redes sociais são uma realidade que exigem que se esteja presente”, resume Elizângela Grigoletti, gerente de inteligência e marketing da empresa. “Não basta ter a conta aberta, mas usar a rede com o propósito dela, ouvir opiniões, trocar informações, expor projetos… São condições que podem ser úteis ao cidadão”, exemplifica.

A analista considera que as ferramentas devem ser usadas para seu propósito, de colher e trocar opiniões sobre as necessidades dos cidadãos – que futuramente podem converter-se em eleitores. Dessa forma, garantindo o fortalecimento desses canais, ao chegar em um período de campanha, é possível angariar votos. “Não adianta chegar às vésperas de eleição para tentar isso. É importante movimentar as contas porque o internauta está ativo e percebe quando o objetivo é unilateral, e não uma troca”, alerta Elizângela.

Apenas quatro ministros foram mais citados por usuários nas redes sociais do que nas notícias. É o caso de Paulo Bernardo, Gilberto Carvalho, Maria do Rosário e Ideli Salvatti. Mas, no caso de Paulo Bernardo, Elizângela lembra que a própria atuação dele na rede explica parte das menções (foram 2.588 nas redes sociais ante 1.856 na mídia convencional). Ele é o segundo mais popular no Twitter e é um dos que se mantém mais ativo, com saudações de “bom dia” e interação com seguidores.

Mídia online e social

Na comparação entre as menções a ministros nas mídias online (sites de notícias) e nas redes sociais, o estudo aponta que, quanto maior a exposição no noticiário, mais comentários surgem nas plataformas interativas. A presença na mídia convencional tem relação ainda com os temas candentes na cobertura jornalística – como o foram o salário mínimo e a reforma na legislação sobre telecomunicações –, que despertam mais debates em outras plataformas.

Segundo Elizângela, esse tipo de fenômeno ocorre também em relação a produtos e empresas. “Há picos sobre determinados assuntos na imprensa que são acompanhados nas redes sociais. As redes sociais são um canal para se emitir opinião. O usuário viu alguma notícia na televisão, leu um jornal e vai divulgar para os amigos o que pensa sobre determinado assunto. Por isso essa linha um tanto harmônica nessa comparação entre mídias online e sociais”, detalha.