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Em discurso do Dia da Mulher, Dilma defende medidas para ajuste fiscal

Presidenta usa maior tempo de pronunciamento para falar sobre panorama econômico, pede colaboração e paciência e diz que investigações da Lava Jato promovem fortalecimento moral do país

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Dilma Rousseff, em pronunciamento no domingo, expôs razões para medidas impopulares

São Paulo – Em pronunciamento pelo Dia Internacional da Mulher, a presidenta Dilma Rousseff ocupou a rede nacional de rádio e televisão na noite deste domingo (8) para defender o ajuste fiscal e falar sobre as investigações da Operação Lava Jato.

Segundo Dilma, as medidas econômicas que estão sendo adotadas para o país voltar a crescer. Ela disse que o governo absorveu, até o ano passado, todos os efeitos negativos da crise econômica internacional, lançando mão do Orçamento para proteger o crescimento, o emprego e a renda das pessoas, mas que a duração da crise extrapolou as previsões.

Dilma admitiu que as correções e ajustes que vem promovendo no início de seu segundo mandato significam alguns sacrifícios “temporários” para todos e que têm sido alvo de “‘críticas injustas e desmesuradas ao governo”. Ressaltou, porém, que são a forma de dividir a carga negativa com os setores da sociedade. “São medidas para sanear as nossas contas e, assim, dar continuidade ao processo de crescimento com distribuição de renda, de modo mais seguro, mais rápido e mais sustentável.”

Dilma listou que as medidas incluíram o corte de gastos do governo, a revisão de de alguns direitos previdenciários e a redução, parcial, de subsídios de créditos e desonerações nos impostos, “dentro de limites suportáveis pelo setor produtivo.”

“As medidas estão sendo aplicadas de forma que as pessoas, as empresas e a economia as suportem. […] Este processo vai durar o tempo que for necessário para reequilibrar a nossa economia. […] Mais importante, no entanto, do que a duração dessas medidas será a longa duração dos seus resultados e dos seus benefícios. Que devem ser perenes no combate à inflação e na garantia do emprego.”

“Como temos fundamentos sólidos e as dificuldades são conjunturais, esperamos uma primeira reação já no final do segundo semestre deste ano”, acrescentou.

Ela destacou que espera a colaboração da população no processo de retomar o crescimento do país. “Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira. O Brasil tem todas as condições de vencer estes problemas temporários – e esta vitória será ainda mais rápida se todos nós nos unirmos neste enfrentamento.”

Apesar das medidas, o governo diz que vai manter e melhorar os programas de infraestrutura. “Nossas rodovias e ferrovias, nossos portos e aeroportos continuarão sendo melhorados e ampliados. Para isso, vamos fazer, ainda este ano, novas concessões e firmar novas parcerias com o setor privado”, disse.

Apuração

Dilma dedicou tempo menor para avaliar que os trabalhos da Operação Lava Jato, pela qual a Polícia Federal apura denúncias de corrupção na Petrobras, deverá ter impactos positivos sobre a sociedade. “Com coragem e até sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar justiça social em favor dos mais pobres, como também aplicar duramente a mão da Justiça contra os corruptos”. Dilma classificou de  “lamentáveis” as denúncias de corrupção, pagamento de propinas e desvios de recursos públicos na estatal. Destacou porém que os fatos estão sendo conhecidos devido à “apuração ampla, livre e rigorosa” promovida pela Polícia Federal.

Dilma anunciou que hoje (9) promoverá a sanção da Lei do Feminícidio, aprovada na semana passada pelo Congresso e que passará a enquadrar como crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica ou por discriminação de gênero

Assista a íntegra do pronunciamento de Dilma Rousseff: