São Paulo – Em cerimônia animada e barulhenta, a presidenta Dilma Rousseff participou hoje (13) da cerimônia de formação de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Sem Miséria, de 32 cidades de Minas Gerais, em Uberlândia (MG). A presidenta foi ovacionada diversas vezes pelos 2.634 formandos durante o encontro, e ressaltou o Pronatec como uma das mais importantes iniciativas do governo federal, além de afirmar que o programa será permanente.

“O Pronatec é tão importante que vamos fazer ele tornar-se programa permanente do governo. Vocês só tiveram os primeiro cursos, sempre terão de melhorar sua especialização. Não parem, o Brasil precisa de ensino técnico para poder competir no mundo. Precisamos para melhorar nossa economia. Sem trabalhadores especializados, empregos e salários melhores não realizaremos tudo que podemos, todo nosso potencial”, afirmou.

Dilma abriu seu descontraído discurso lembrando da data de formação dos alunos, hoje, uma sexta-feira 13, mas que, em vez de azar, traria “sorte e alegria”. “Estamos provando que essa data é um dia de alegria e sorte. Alegria para vocês, formandos. Porque é uma alegria sempre que na vida encaramos caminho novo. Vocês estão diante de caminho de alegria. E é um dia de sorte também, para nós, porque vocês trazem sorte para o Brasil. Com o trabalho e capacitação de vocês é que este país vai pra frente. Sem vocês ele não vai pra frente.”

Na semana passada foram divulgadas simulações para as eleições de 2014, feitas pelo Vox Populi. No cenário que se mostra como mais provável atualmente, a petista tem 38% das intenções de voto, o dobro de Marina Silva (Rede), com 19%, seguida pelo senador Aécio Neves (PSDB), que chega a 13%, e pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 4%. Neste quadro, votos brancos e nulos chegariam a 15%, e não souberam responder outros 11%. Se computados apenas os votos válidos, Dilma venceria no primeiro turno.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi lembado por Dilma por ter “orgulho de ter dois diplomas, igualmente importantes”, segundo a presidenta. “É alguém com orgulho de ter tido dois diplomas. O primário, no Senai. e o segundo, de presidente da República. Ele colocava os dois diplomas com a mesma importância, os dois significaram abertura nos caminhos que ele trilhou na vida. Nunca teria recebido o segundo sem acesso ao primeiro, e esse diploma de hoje abre o caminho de vocês.”

Herança

A presidenta lembrou da sanção da lei que garante a destinação de 50% do fundo social dos royalties do petróleo para investimentos em educação como garantia na área “para os próximos 30 ou 50 anos.” “É como se fosse uma herança que alguém deixasse para nós, que significa que podemos ter certeza que o Brasil terá dinheiro para gastar em educação, e gastar em educação é investir nas pessoas e pagar bem os professores.”

Segundo ela, garantir educação de qualidade para toda a população, das creches até o ensino superior, é uma maneira de não propagar a lógica da desigualdade social no país. “Se formos capaz de dar creche de qualidade para crianças, daremos acesso a todos os brasileirinhos e brasileirinhas a tudo o que os estimula para terem capacidade de aprendizado. As crianças ricas têm acesso a isso, e queremos que todos tenham. Não queremos que a desigualdade comece lá embaixo, queremos creches de padrão internacional.”

Sem Aécio e Anastasia

A visita da presidenta Dilma Rousseff ao seu estado natal não contou, mais uma vez, com a presença do governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), nem do senador Aécio Neves, provável adversário na disputa pelo Palácio do Planalto em 2014. Esta é a sexta visita, este ano, a Minas Gerais. A última visita ocorreu no dia 27 de agosto, também para cerimônia de formatura de alunos do Pronatec.

Em agosto, Dilma visitou Minas Gerais duas vezes num intervalo de quinze dias.  A primeira ocorreu no dia 7, em Varginha, e a segunda foi no dia 20, no lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, em São João Del Rey, ocasião em que o governador mineiro, que manteve boas relações com a presidenta no início do mandato, também não compareceu.