Dilma defende democratização da produção cultural

Em visita à Bienal de Artes, em São Paulo, a candidata afirma que sua expectativa para o debate deste domingo é que fique claro o 'contraste de posições'

Na Bienal de Artes de São Paulo, Dilma defende bibliotecas em todas as cidades e expansão de Pontos de Cultura (Foto: Rodrigo Stuckert Filho/Divulgação)

São Paulo – Os investimentos na área cultural são, segundo a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, tão importantes quanto aqueles voltados ao crescimento econômico. Em visita neste domingo (10) à 29ª Bienal de Artes de São Paulo, ela defendeu democratização do acesso e da produção de cultura.

Dilma citou três propostas principais incluídas em seu programa de governo para a área, avaliadas por ela como fundamentais para o desenvolvimento da cultura no país. Uma delas é a de instalar bibliotecas em cada um dos municípios de uma forma interativa e que possa despertar o interesse das pessoas para a leitura. As demais sugestões são a de expandir a oferta de salas de cinema e ampliar os Pontos de Cultura que “hoje já são mais de 5 mil”, disse.

Dilma Rousseff defendeu ações do Estado para ir além da garantia de acesso à cultura. “Todo mundo tem de ter acesso a cultura, mas também permitir que se manifeste e democratize a produção cultural do Brasil”. A candidata petista sugeriu ainda que a cada intervalo entre uma Bienal e outra, a mostra fosse levada para outros locais.

Sobre as obras em exposição, a candidata destacou o trabalho da artista italiana Tatiana Trouvé, denominada 350 Pontos para o Infinito. O trabalho consiste em 350 prumos magnetizados que foram pendurados e mantidos a 1 centímetro do chão. Se um deles for tocado, todos os demais sofrem interferências em movimentos de destabilização do cenário.

Debate

Dilma Rousseff, afirmou que o debate na TV desta noite, que marca o primeiro encontro dos dois presidenciáves no segundo turno, ajudará o eleitor a votar “através do contraste das posições.”

“(A expectativa) é que façamos um debate de alto nível, esclarecedor e que fiquem claras as posiçoes de cada um… Vai ser mais fácil que o eleitor possa ver através do contraste das posições em quem votar”, disse Dilma a jornalistas em São Paulo, onde visitou a 29ª Bienal de Artes.

Dilma e Serra participam na noite domingo de debate na TV Bandeirantes, que marca o primeiro encontro dos dois candidatos depois do primeiro turno.

A candidata governista não quis comentar a pesquisa divulgada na véspera, em que ela aparece sete pontos à frente do opositor José Serra (PSDB). Ela teria 54% dos votos válidos se a eleição fosse hoje, de acordo com o levantamento do Datafolha. “Eu não comento pesquisa, porque pesquisa é retrato do momento”, afirmou.

Tolerante, não conservador

O voto influenciado por questões religiosas e morais tem sido apontado por analistas como um dos responsáveis por impedir a vitória de Dilma já no primeiro turno, como era indicado por algumas pesquisas. Rumores que circularam pela internet e em panfletos distribuídos em igrejas a respeito da posição da candidata e do PT sobre o aborto são os mais destacados.

Antes do início da disputa pelo Planalto, Dilma havia declarado ser favorável à descriminalização do aborto. Como apenas o Congresso Nacional pode altarar a legislação a respeito do tema, durante a campanha, Dilma assumiu o compromisso de não encaminhar ao Congresso qualquer pedido de mudança na lei sobre o tema. A posição é a mesma do oposicionista José Serra (PSDB) e foi definida a partir de pedido de lideranças evangélicas que a apoiam.

Ao ser questionada por jornalistas se o eleitorado do país pode ser considerado conservador, a candidata destacou a tolerância do brasileiro. “O eleitorado brasileiro tem uma característica fundamental, ele é generoso”, disse. “O Brasil tem uma tradição de tolerância. Criar clima de guerra religiosa no Brasil é um absurdo”, acrescentou.

A candidata voltou a declarar que está sendo vítima de uma campanha caluniosa. “Eu fui acusada de coisas que eu jamais pensei ser”, disse Dilma.

Com informações da Agência Brasil e da Reuters

 

 

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