caso siemens

Deputados pedem investigação sobre executivos envolvidos em corrupção no Metrô

Consultor teria intermediado pagamento de propina de empresas envolvidas em cartel a altos funcionários do governo de São Paulo

Maurício Moraes

A Assembleia Legislativa ainda não alcançou as 32 assinaturas necessárias para a instauração da CPI

São Paulo – Mesmo com o crescimento das denúncias de corrupção no Metrô e na CPTM, o governo de Alckmin (PSDB) continua a impedir sua base na Assembleia Legislativa de assinar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. A deputada estadual Beth Sahão (PT) reforça, em entrevista à Rádio Brasil Atual, a importância de uma comissão que investigue e esclareça a formação do cartéis que vigora desde 1998 no estado.

A apuração está indicando pessoas que têm muito poder no governo, pessoas que transitam com muita liberdade e que tomam decisões. Tudo isso tem que ser explicado. Como é que nós vamos jogar denúncias tão graves quanto estas embaixo do tapete? O governador disse que não teme. Se ele não teme, ele deve pedir para sua base assinar a CPI”, argumenta.

As investigações da Polícia Federal apontam o consultor José Fagali Neto como intermediário no pagamento de propina entre o poder público e as agências envolvidas na formação do cartel. A ex-secretária de Fagali Neto, Edna Flores, entregou ao Ministério Público e-mails e dados que comprovam o envolvimento do consultor com nomes do governo tucano em 2006 e 2007.

Em reportagem, a Folha de S.Paulo mostra a ligação entre Fagali Neto e Pedro Benvenuto, coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, no período em que Geraldo Alckmin (PSDB) e José Serra estiveram no governo do estado. Benvenuto é o atual secretário-executivo do conselho gestor de Parcerias Público-Privadas da Secretaria do Planejamento do governo. O secretário revelou informações e dados do governo sobre os Planos de Ação do transporte metropolitano para Fagali Neto.

O deputado estadual Gerson Bittencourt (PT) considera que o envolvimento de executivos do governo é um dos pressupostos para que o cartel tenha acontecido durante tanto tempo. “Causa estranheza que um cartel tenha operado no estado de São Paulo por quase 15 anos e tenha movimentado tantos recursos, sendo que os contratos já ultrapassam R$40 bilhões, sem a participação de agentes públicos”.

Bittencourt acredita que mais ligações entre funcionários do governo e as empresas do cartel (Alstom, Siemens, Bombardier e Tejofran) são descobertas. “Os 17 terabytes de informações colhidas pela Polícia Federal e pelo Cade podem comprovar a existência do cartel e a participação de agentes públicos nesse processo. A participação pode ser direta ou ser conivente com a formação e a atuação desse cartel”, afirma.

Confira a reportagem completa de Vera Rodrigues à Rádio Brasil Atual.

Leia também

Últimas notícias