Deputada não descarta intervenção federal no governo do DF

Oposição promete levantamento prévio de contratos para esta sexta-feira. E vai solicitar auditoria completa no orçamento

A bancada do PT deve concluir, até esta sexta-feira (4) um levantamento prévio nas planilhas de execução orçamentária para analisar contratos de pelo menos 10 empresas com o governo estadual do Distrito Federal (DF). A escolha das companhias se baseia nas investigações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que investiga um esquema de distribuição de propinas envolvendo integrantes do Executivo e do Legislativo.

Segundo a deputada distrital Érica Kokay (PT), depois de concluído o levantamento prévio, será solicitada uma força-tarefa para analisar, em detalhes, cada um dos contratos. A depender dos resultados do levantamento, pode ser pedida intervenção federal no DF.

“Como metade do nosso orçamento vem do governo federal, cabe incluir órgãos federais na força-tarefa”, explica Kokay.

Depois de passar a tarde discutindo com manifestantes que ocupavam a Câmara Legislativa do Distrito Federal, ela contou que os pedidos de impeachment serão lidos para dar sequência ao processo regimental. “Buscamos os mesmos objetivos, de evitar a impunidade e garantir a apuração das denúncias”, explica.

Para Kokay, a pressão da sociedade é necessária para garantir a apuração do caso. Ela ressaltou a preocupação dos deputados durante a ocupação do plenário de não criminalizar os movimentos sociais.

Ela acredita que, apesar de sete deputados e dois suplentes serem acusados de envolvimento no esquema, é possível que, com pressão da sociedade, o processo de impeachment avance. As executivas nacionais do PSDB, PDT, PSB e PPS determinaram a saída das legendas da base governista.

A Câmara Distrital tem 24 deputados. Quatro são do PT, um do PDT (Reguffe), uma do PMN (Jaqueline Roriz) e um do PSC (Brunelli, corregedor da Casa). Os outros 11, três são de partidos que deixaram a base, os demais têm posicionamento indefinido até agora.

Os citados são o presidente afastado da casa, Leonardo Prudente (DEM), Junior Brunelli (PSC), a líder do governo na Casa, Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (PSB), Benício Tavares (PMDB) e Rôney Nemer (PMDB). O suplente em exercício Pedro do Ovo (PRB) também aparece nas investigações, assim como Ayrton Gomes (PMN), licenciado, e Berinaldo Pontes (PP), suplente.