DEM abre processo contra Arruda; governador ganha 10 dias para defesa
Mesmo assim, lideranças da legenda querem a expulsão do ex-tucano
Publicado 01/12/2009 - 16h51
Rodrigo Maia e ACM Neto chegam à reunião da Executiva que define destino político de Arruda (Foto: Renato Araújo/Agência Brasil)
Após reunião em Brasília, a executiva nacional do DEM decidiu abrir um proceso disciplinar contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, envolvido em denúncias de desvio de verbas e distribuição de propinas a deputados distritais e secretários. Com isso, Arruda terá até o dia 10, quinta-feira, para apresentar sua defesa ao escândalo da Operação Caixa de Pandora.
A decisão pelo tempo dado ao governador foi, segundo o líder do DEM, na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), do presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ). “Ele avocou para si a decisão, e a nosa tese [de expulsão sumária] foi derrotada”, disse.
A executiva nacional também decidiu que vai designar um relator que acompanhará todo o processo e elaborará um parecer sobre o assunto. Deve ser nomeado como relator o deputado José Carlos Machado (DEM-SE).
Segundo o líder do DEM, na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), a decisão de conceder prazo de defesa ao governador foi do presidente do partido, Rodrigo Maia (RJ). “Ele avocou para si a decisão, e a nosa tese [de expulsão sumária] foi derrotada”, disse.
Racha no partido
Integrantes da bancada do DEM no Congresso Nacional se dividem em relação ao encaminhamento do caso do governador. Outros parlamentares querem expulsar Arruda do partido, mesmo com o prazo de dez dias para sua defesa.
Agripino Maia, aliás, é um dos que defendem a saída do governador do DF. “Ele não tem condições de continuar filiado ao partido. Só o escândalo já basta para afastá-lo”, afirmou.
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O senador negou que o partido esteja “acuado”, com medo de possíveis ameaças que Arruda teria feito. “O partido está com disposição e mostrando sua cara com altivez”, disse Agripino Maia.
Pelo Twitter, o deputado federal Ronaldo Caiado se mostrou favorável à excluir o governador da legenda. “A caminho da reunião da Executiva que vai definir o futuro do governador Arruda. Minha posição é pela expulsão”, escreveu.
Antônio Carlos Magalhães Neto declarou ao Terra Magazine, que “o partido não tem nenhuma obrigação de assumir a defesa do governador”. Na entrevista, ele defende apenas que Arruda deve ter garantido seu direito de defesa, previsto no estatuto, mas indica que pode ser favorável à expulsão.
Para ACM Neto, o caso não deve ser comparado ao “mensalão” do PT. Trata-se, na visão do deputado, de um caso isolado no DF, e não “um problema do partido todo, nacionalmente, que permeava toda a direção partidária”, como ocorria com o PT.
Apesar de dizer que a investigação da PF não influencia o cenário eleitoral do próximo ano, ele desconversou: “Não precisamos falar de 2010 agora”.
Com informações da Agência Brasil