Apropriação

Defesa de Bolsonaro entrega joias e armas à custódia da Justiça

Entre os itens entregues pelos advogados de Bolsonaro está um relógio suíço dos mais raros do mundo, avaliado em R$ 800 mil

Agência Brasil/Divulgação
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Bolsonaro está diretamente relacionado no escândalo das joias sauditas, que entraram no país sem ser declaradas

São Paulo – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou hoje (24) à Justiça, armas e joias apropriadas indevidamente. Seus advogados entregaram as joias à sede da Caixa Econômica Federal e as armas à Polícia Federal em Brasília. Bolsonaro não as entregou pessoalmente, já que, desde antes do fim de seu mandato, ele está nos Estados Unidos. Os objetos foram presentes do governo da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.

Entre os objetos entregues está um dos relógios mais raros do mundo, avaliado em R$ 800 mil. Com apenas 25 unidades produzidas em seu ano de fabricação, 2014, o item é da marca suíça Chopard L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier, com caixa fabricada artesanalmente em ouro. Já a pulseira do relógio é de couro de jacaré e possui selo de controle da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites).

Inicialmente, o Tribunal de Contas da União (TCU), que agora tem os objetos à disposição, avaliavam seu valor em R$ 500 mil. Contudo, após perícia prévia, averiguou-se que eles são mais valiosos. Além do relógio, o conjunto contempla uma caneta, abotoaduras, um anel e um rosário, também da Chopard. Todos eles possuem diamantes cravejados.

As armas, por sua vez, presenteadas pelos Emirados Árabes Unidos, são duas. O político de extrema direita demonstrou insatisfação especial em entregá-las. É uma pistola de calibre 9 milímetros, modelo 1911, e um fuzil de calibre 9 milímetros, modelo CAR 816, da fabricante saudita Caracal.

Ilegal

Na quarta-feira (22) o TCU ordenou a entrega dos objetos para a custódia pública. Elas terão o destino correto e integrarão o patrimônio nacional. O presidente da Corte, ministro Bruno Dantas, reforçou a ilegalidade da apropriação de Bolsonaro. De acordo com o magistrado, o ex-presidente só poderia ficar com objetos personalíssimos e de baixo valor.

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