São Paulo – A Polícia Federal afirma haver “indícios concretos” do envolvimento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de apropriação indevida de joias e armas. Os itens foram presentes de mandatários da países árabes. Até o momento, as autoridades têm conhecimento de três lotes desses presentes. Parte deles, inclusive, foi trazida ilegalmente ao país. Hoje (31), a defesa do ex-presidente afirmou que devolverá um dos lotes ao Tribunal de Contas da União (TCU). Ele estava “escondido” na casa do ex-piloto Nelson Piquet.

O valor dos itens supera R$ 16 milhões. Parte deles já foi entregue ao Estado nesta semana, após intimação do TCU. Eles estão sob custódia da Caixa Econômica Federal e da Polícia Federal. Bolsonaro havia saído do país após sua derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado. Ele retornou ao Brasil ontem e, agora, deve ser interrogado pela PF. Existe a expectativa de que a polícia coletará seu depoimento no dia 5 de abril.

Joias da coroa

Quando o escândalo das joias veio à tona, só havia conhecimento de um conjunto avaliado em R$ 16,5 milhões, apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP). Funcionários públicos localizaram os itens escondidos em uma mochila de um integrante da cúpula bolsonarista em retorno de viagem à Arábia Saudita. Então, a Justiça localizou um segundo lote. Desta vez, armas de coleção e outros itens, como um relógio suíço avaliado em R$ 800 mil. Já o terceiro lote estava “escondido” em uma propriedade de luxo do amigo pessoal do ex-presidente, Nelson Piquet, em Brasília.

De acordo com o jornal Estadão, trata-se de um Rolex de ouro branco cravejado em diamantes e outros itens, como canetas, anéis e abotoaduras. Estima-se um valor de R$ 1 milhão. Estes objetos não estavam na mira da Justiça até denúncia da imprensa. Além deste pacote, as informações dão conta da existência de outros “presentes” árabes na casa de Piquet.