Repercussão

Da oposição à direita, deputados criticam demissão de Mandetta

Para parlamentares, Brasil é governado por um “desqualificado” que joga país na incerteza com mais um gesto obscurantista

Agência Câmara
Agência Câmara
Marcelo Freixo, José Guimarães e Rodrigo Maia lamentaram atitude do presidente da República, que provocou panelaço

São Paulo – De lideranças de oposição ao Centrão e representantes da direita, deputados federais criticaram a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (16). O líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE), considera a decisão “um duro golpe na ciência, na Organização Mundial de Saúde (OMS) e nas milhares de vidas que precisam ser preservadas”. Ele acrescentou: “O Brasil chora por ser governado por um desqualificado e despreparado para o mais alto cargo da República”.

“Não tenho identidade política e ideológica com o ministro. Falo em nome da necessidade básica daqueles que mais vão precisar, é uma questão republicana”, disse Marcelo Freixo (Psol-RJ). Para ele, é inaceitável que o presidente da República se preocupe com disputas políticas internas e afaste o ministro jogando o país “num mar de incerteza”.

Pelo Twitter (abaixo), a deputada Jandira Feghali, que é médica, declarou: “É estarrecedor que o obscurantismo tenha vencido a ciência, a pesquisa, o mundo que pensa a saúde. A saída de Mandetta indigna a nós e o povo, que sofrerá as consequências de qualquer mudança na política de isolamento. Bolsonaro é tosco, baixo, mesquinho”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-SP), também comentou a demissão, que provocou panelaços pelo país. “Mandetta deixa um legado, uma estrutura para que o governo federal, estados e municípios possam atender da melhor forma possível a sociedade, em especial daqueles que precisam do sistema SUS”, afirmou.

Na opinião de Paulo Teixeira (PT-SP) , “há dois Mandettas”. “Antes do coronavírus, ele foi um desastre. Apoiou a Emenda Constitucional 95, acabou com o ‘Mais Médicos’ e não preparou o país para a pandemia. Na pandemia, atuou bem. Deu racionalidade, aliou-se ao SUS, defendeu o isolamento social e a orientação científica”, ponderou, em seu Twitter.

O líder do Cidadania, deputado Arnaldo Jardim (SP), usou de ironia. “Espero que não se demita a ciência, o critério objetivo para se enfrentar a pandemia. Que isso possa ser mantido”, disse.

Com Agência Câmara