Deputado Paulo Teixeira considera que ‘CPI do Cachoeira começa agora’

Para o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, jornalista de Veja foi usado por organização criminosa (Foto: ©PTnaCamara) Brasília – Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga […]

Para o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira, jornalista de Veja foi usado por organização criminosa (Foto: ©PTnaCamara)

Brasília – Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as relações do contraventor Carlos Cachoeira com empresas privadas e membros da administração pública, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) disse nesta quinta-feira (17) à Rede Brasil Atual que o trabalho da CPI começou agora, com a aprovação dos primeiros nomes a depor.

A entrevista aconteceu logo após a sessão da CPI que decidiu restringir a quebra de sigilo da Construtora Delta apenas às filiais localizadas nos estados do Centro-Oeste e Tocantins, onde, de acordo com a base aliada, há indícios de irregularidades. Os governadores do Distrito Federal, Goiás e Rio de Janeiro, acusados de cultivar relações ilegais com a empresa, foram temporariamente poupados de depor à Comissão. Parlamentares da oposição queriam ampliar a quebra de sigilo aos braços da Delta em todo o país.

Ao todo, 51 pessoas foram convocadas para depor à CPI, que aprovou 36 requerimentos de quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de empresas e pessoas ligados a Cachoeira. Por enquanto, o editor da revista “Veja” em Brasília, Policarpo Jr, não será chamado. “O tempo, a intensidade e a profundidade da relação que tinha com Cachoeira me levam a  entender que o jornalista foi usado pela organização criminosa”, diz o deputado.

Que panorama o sr. faz da CPI do Cachoeira até agora?

As investigações estão avançando bem. A partir desta semana, conseguimos todas as convocações, todas as quebras de sigilo e os depoimentos. Teremos aqui o Carlos Cachoeira, na terça-feira (22), depois os tesoureiros da quadrilha, os principais operadores e o senador Demóstenes Torres. Todos já estão com data definida. Depois, todas as quebras de sigilo chegarão a partir da semana que vem. Em terceiro lugar, teremos os dados da Polícia Federal. Então, eu diria que as investigações começaram mesmo hoje (17). Os depoimentos dos delegados e procuradores eram preparatórios.

Por que o PT não quis ampliar a quebra de sigilo da Construtora Delta em todo o país?

Não há nada no inquérito que sugira o envolvimento da Delta em irregularidades fora do Centro-Oeste e Tocantins. Tanto que os delegados da Polícia Federal e os procuradores não se opuseram.

E no Rio de Janeiro?

Essa é outra história. O tema da viagem do governador Sérgio Cabral com Fernando Cavendish, da Delta, tem que ser avaliado com foro próprio, e não na CPI, que é do Cachoeira.

A CPI decidiu convocar 51 pessoas, mas o Policarpo Jr, diretor da sucursal da “Veja” em Brasília, ficou de fora. Por quê?

O requerimento pedia os dados das conversas do Policarpo com o Cachoeira. Mas esses dados a gente já tem. Nós agora vamos analisar as informações da Polícia Federal, as conversas, e então faremos as próximas convocações. Só o que tenho a dizer é que o tempo de convivência de Policarpo com o Cachoeira não é o tempo do bom jornalista. O tempo, a intensidade e a profundidade da relação me levam a entender que o Policarpo foi usado pela organização criminosa.

Esse episódio pode trazer alguma discussão sobre a relação entre parlamentares e jornalistas?

Acho que não, porque é uma relação legítima, pautada pelo interesse público. Ali parece ter havido extrapolação.