Ataque aos poderes

Comissão parlamentar que pretende averiguar ataques à democracia será instalada nesta quinta

Comissão, que ainda vai escolher o presidente, terá prazo de 180 dias para apurar responsabilidades

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Contingente de policiais destacados para combater movimento golpista de 8 de janeiro foi claramente insuficiente

São Paulo – Depois de idas e vindas, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos atos antidemocráticos, ou CPMI do 8 de Janeiro, será instalada amanhã (25), às 9h. Depois da instalação, será eleito o presidente do colegiado, que terá 32 titulares – 16 senadores e 16 deputados. A reunião desta quinta deve ser presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), o parlamentar de mais idade entre os integrantes da comissão.

Inicialmente, a CPMI do 8 de janeiro virou uma espécie de “bandeira” da oposição, que pretendia, segundo afirmavam seus porta-vozes, revelar a “verdade” sobre os ataques às sedes dos três poderes, em Brasília. Isso mesmo com clara vinculação entre os vândalos e o bolsonarismo. Depois, o governo reagiu e buscará mostrar quem de fato liderou os atos terroristas. Diante disso, a oposição diminuiu o destaque dado à formação da comissão parlamentar.

Mais de mil presos

Criado no mês passado, mas só instalado agora, o colegiado terá prazo de 180 dias para apontar ações, omissões e responsabilidades. Mais de mil pessoas foram presas, incluindo o ex-ministro e o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres.

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Assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) já aceitou centenas de denúncias contra envolvidos nos ataques. Ontem (23), a Corte recebeu mais 250 denúncias oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Todas no âmbito do Inquérito 4921, que apura responsabilidades sobre os atos. Mais uma vez, apenas os ministros indicados pelo ex-presidente (Nunes Marques e André Mendonça) rejeitaram os pedidos.