Diálogo

Com empresários, Lula se diz contra teto de gastos e defende crescimento econômico

Reunião com empresários do Grupo Esfera Brasil teve a presença de Rubens Ometto, André Esteves, Fábio Ermirio de Moraes e Abilio Diniz

Ricardo Stuckert
Ricardo Stuckert
Lula e Alckmin têm se reunido com empresários para afastar temores do “PIB” sobre política econômica

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou na noite de ontem (27) com empresários do Grupo Esfera Brasil, que reúne diversos setores da economia. Foi o último evento do tipo antes da eleição de domingo (2). A reunião foi na casa do fundador do grupo, João Camargo, no Morumbi, em São Paulo. Segundo relato do jornal Folha de S. Paulo, Lula fez uma curta fala inicial e se colocou à disposição para ouvir os que quisessem falar.

Luis Henrique Guimarães (do agronegócio), André Esteves (sistema bancário), Fábio Ermirio de Moraes (indústria) e Abilio Diniz foram alguns dos que se pronunciaram. Em dado momento, Lula afirmou que tem a intenção de reconstruir o país. Foi aplaudido ao dizer “Lulinha paz e amor e Alckmin estão de volta”, de acordo com o jornal.

Estavam presentes Michael Klein (Casas Bahia), Rubens Ometto (BTG Pactual), Luiz Carlos Trabuco Cappi (presidente do Conselho de Administração do Bradesco), entre outros. Além deles, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, Benjamin Steinbruch, da CSN, e Flávio Rocha, da Riachuelo, que foi entusiasta defensor de Bolsonaro em 2018.

Status de presidente

O encontro foi considerado uma chance de Lula expor suas ideias para a economia e afastar temores do “PIB” em relação a seu projeto do possível futuro governo. A presença do vice, Geraldo Alckmin, é considerada por ambos os lados carta importante do diálogo. O ex-presidente de certa forma já é considerado futuro governante.

O Esfera é um think tank que congrega 100 empresários. XP Investimentos, Cosan, MRV Engenharia, Multiplan e Hapvida são outros associados. Antes de Lula, o grupo já se reuniu com a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, com o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad e com o deputado federal Alexandre Padilha (SP), um dos cotados para assumir a Economia.

Alckmin também é citado como possível nome para comandar a pasta. Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo, também. Mas o ex-governador pode não ser a melhor solução, já que eventuais problemas com a economia poderiam gerar desconforto na relação com Lula. Gabriel Chalita é outro nome citado como potencial ministro, no caso da Educação. Ele foi secretário de Educação de Alckmin no governo estadual e de Haddad na prefeitura. É amigo de ambos.

Teto de gastos e Banco Central

O petista falou da necessidade de combater a inflação, fazer o país crescer e criar emprego. “Ele disse que não precisa de um teto de gastos porque sabe muito bem o que precisa ser feito pra melhorar o Brasil”, relatou o empresário João Carlos Camargo, segundo a CNN.

Lula comentou sobre o Banco Central no encontro. “Vocês brigaram muito para que o BC fosse independente, eu sinceramente não sei o que muda com o Banco Central independente. Duvido que esse rapaz que está lá, que eu não o conheço, tivesse mais independência do que teve o Meirelles”, afirmou o petista, segundo a Folha. Ele disse que o presidente do BC do governo Bolsonaro, Roberto Campos Neto, não tem mais independência do que Henrique Meirelles na época de seu governo.

Leia também: