Fake derrotada

Justiça condena Carla Zambelli por postagens contra Sâmia Bomfim e Talíria Petrone

Juíza disse na decisão que a bolsonarista ultrapassou limites da liberdade de expressão, ofendendo a honra e a imagem das deputadas do Psol

Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
"Mas será que a Justiça será isonômica caso acionemos deputados do PSOL?", reclama a bolsonarista

São Paulo – A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada a indenizar a líder do Psol na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), e a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ). Em postagens nas redes sociais, a bolsonarista as associou a imagens de diabo e a genocídio. A parlamentar da extrema direita retratava as deputadas e a ex-candidata à vice-presidência, Manuela D’Ávila (PCdoB), com chifres e olhares “diabólicos”. Além disso, as mostrava como figuras da “esquerda genocida” nas redes sociais. 

“Ao atribuir às demandantes (Sâmia e Talíria) a prática de genocídio, ou mesmo o assentimento com a prática, o texto veiculado findou por desbordar os limites da liberdade de expressão, avançando, de forma desproporcional, sobre a honra e a imagem das requerentes”, diz a juíza Junia de Souza Antunes, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, segundo informa a jornalista Mônica Bergamo..

Já por associar as deputadas do Psol e Manuela a uma imagem demoníaca, Zambelli “estaria a disseminar, no âmbito da sociedade e em época de sobrelevado interesse pelo resguardo da imagem pública (ano eleitoral), a ideia de que as parlamentares autoras seriam favoráveis a práticas nefastas e contrárias ao interesse da sociedade, o que, por certo, açoitaria a sua honra”, continuou a magistrada.

A deputada Talíria Petrone informou a decisão em seu perfil no Twitter. “Mais uma vez as mentiras de Carla Zambelli vêm à tona, dessa vez num processo meu e de @samiabomfim contra ela. O motivo da condenação por parte da Justiça não é surpresa. Não é de hoje que ela e a claque bolsonarista perdem tempo em nos atacar”, escreveu.

“Ódio não vai durar muito tempo”

“Mas essa turma que só consegue se mobilizar pelo ódio não vai durar muito tempo. Precisam entender que na democracia não vale tudo. Somos feministas com muito orgulho e vamos continuar defendendo a pauta das mulheres, até que todas nós sejamos livres”, continuou.

Carla Zambelli também comentou a decisão da Justiça do DF. “Recebi a notícia q fui condenada a pagar R$ 60 mil para 2 deputadas do PSOL por dizer que a “esquerda é GENOCIDA” ao apoiar o ABORTO”, reclamou na mesma rede social (grafia original mantida). “Vamos recorrer. Mas será que a Justiça será isonômica caso acionemos deputados do PSOL por usar o mesmo adjetivo p/ nos atacar sistematicamente?”, questionou a bolsonarista.

A deputada bolsonarista deverá pagar R$ 30 mil por danos morais a cada deputada do Psol, as custas processuais e dos honorários advocatícios. Também terá de apagar o conteúdo das postagens ofensivas.

Recentemente, o delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva associou Carla Zambelli ao que chamou de “máfia” da Amazônia, ao comentar atividades ilegais na floresta, no contexto dos assassinatos do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

Patrícia Campos Mello 4 x 1 Bolsonaro

Por 4 votos a 1, a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, venceu julgamento na 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que manteve condenação de Jair Bolsonaro, por ofensas dirigidas a ela. O valor final da multa subiu de R$ 20 mil – como determinado pela 1ª instância –, para R$ 35 mil.

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