São Paulo – O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirma que sua candidatura à presidência da Câmara se deve à necessidade de a esquerda mostrar “voz” no processo eleitoral. “O Brasil vem de uma crise gravíssima. A Câmara dos Deputados está no epicentro da crise. O Brasil viveu uma quebra da ordem democrática, um golpe parlamentar comandado pelo ex-presidente da Câmara (Eduardo Cunha, PMDB-RJ). Na disputa do novo presidente, a esquerda tem que ter voz”, diz.

Orlando diz que aqueles que foram às ruas defender a democracia têm que ter expressão na Casa. “Por isso, optamos por apresentar a candidatura”. O parlamentar afirma que seu partido dialogou com os deputados de esquerda e a ideia é “defender uma agenda de desenvolvimento, uma agenda de garantia de direitos sociais e civis, uma agenda do século 21 que tira a Câmara das trevas em que ela se meteu desde que Eduardo Cunha assumiu a presidência”.

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) explica ainda que a candidatura de Orlando Silva é uma decisão da bancada, que não sentiu confortável com as candidaturas postas, “por várias razões”. “É a tentativa de fazer uma aglutinação à esquerda que (Luiza) Erundina (Psol-SP) não conseguiu fazer. A ideia era tentar juntar PT, PDT, PCdoB e mais alguns para fazer uma disputa para valer.”

A deputada  reconhece que não está fácil juntar, porque o tempo foi curto e as candidaturas estão muito polarizadas. De acordo com ela, há três candidaturas na “disputa real”: Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rogério Rosso (PSD-DF) e Marcelo Castro (PMDB-PI): “Acho que a tendência para o segundo turno é entre Rosso e Rodrigo, mas não posso garantir que Marcelo Castro não vá”, avalia.