‘Bolsonaro na maçonaria’ superou mentira sobre ‘satanismo’ e incomodou evangélico
Segundo analista de dados Pedro Barciela, vídeo Bolsonaro levou a mais de 1 milhão de citações dos termos “maçonaria” e “maçom” no Twitter. André Janones, evangélico, fez live sobre o tema
Publicado 05/10/2022 - 13h49
São Paulo – A repercussão de participação de Jair Bolsonaro (PL) em uma reunião da maçonaria continua com força nas redes sociais e cumpre um importante papel, segundo o analista de dados Pedro Barciela: Ocupa o vácuo na linha política dentro do antibolsonarismo. O vídeo que explodiu nas redes ontem, destacado após fake news sobre “satanismo” ser evocado por bolsonaristas, fez os termos “maçonaria” e “maçom” serem citados mais de 1 milhãos de vezes no Twitter, segundo o especialista.
“Ontem, ainda sem influência do tema maçonaria, o campo antibolsonarista registrava um movimento caótico, ainda que concentrado em ataques ao bolsonarismo. O cenário era bem distinto do registrado na véspera do primeiro turno, quando o campo aparecia bastante coeso”, escreveu Barciela.
Bolsonaro na maçonaria traz indignação a apoiadores e elos com facada
O vídeo de Jair Bolsonaro em reunião da maçonaria, destacado após fake news sobre "satanismo" ser evocada por bolsonaristas, já fez os termos MAÇONARIA e MAÇOM serem mais de 1 milhão de vezes citados aqui no Twitter. (+) pic.twitter.com/0BOKYGXVxW
— Pedro Barciela (@Pedro_Barciela) October 4, 2022
O tema ainda continua repercutindo. O jornalista Guga Chacra criticou a valorização da presença de Bolsonaro em uma reunião com maçons em detrimento de outros aspectos mais relevantes, com os quais a opinião pública deveria estar mais preocupada. Por exemplo, o desprezo do presidente pela vida das pessoas, seja por meio da má condução da pandemia, que já matou mais de 690 mil pessoas no país. Ou pela simpatia e admiração a líderes que perseguem igrejas, cristãos e mandam matar pessoas.
Não quis comprar vacinas e tirou sarro de doentes da Covid19. Entusiasta do esquartejador e ditador da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, que proíbe igrejas e prática do cristianismo. Mas o problema é ter ido a uma loja maçônica? É surreal. Maçonaria pior do que Bin Salman? pic.twitter.com/EqVmCoXt6P
— Guga Chacra 💚 (@gugachacra) October 5, 2022
Janones, evangélico, sobre Bolsonaro na maçonaria
O deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG), que é evangélico, comentou o caso em “live” na tarde desta terça-feira (4). O advogado, que abriu mão da candidatura à Presidência para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamou atenção para o fato de tanto a Igreja Católica como a Igreja Evangélica ter se manifestado contra a maçonaria. (Confira íntegra no final da reportagem).
“A gente não sabe o que o Bolsonaro negociou lá na maçonaria para apoiarem ele. Não tô dizendo que ele fez isso. Mas não posso garantir, por exemplo, que ele não negociou em nome dos próprios eleitores, se no pacto que ele fez, se não envolveu o nome dos eleitores. Então eu queria que vocês ficassem atentos a isso. Não é preconceito. É um raro momento em que vou misturar a questão da fé pessoal com política”, disse, em um trecho da mensagem.
Durante a “live”, Janones ressaltou que “não tem preconceito” e que não é de misturar religião com política. Tanto que firmou apoio ao candidato Lula, da coligação Brasil da Esperança, que é católico. Mas que no caso da mensagem de ontem, era “direcionada para os meus irmãos evangélicos, pros irmãos de fé”.
“A gente precisa ficar atento. Peço licença aqui para dizer que quem é cristão de verdade não pode caminhar com a maçonaria. Lamento o presidente Bolsonaro ter feito esse pacto aí e cedido aí a essas práticas (…) em nome da vitória. Não vale tudo pela vitória, não vale a pena a gente abrir mão dos nossos princípios cristãos.”