Dia 22

Bolsonaro é intimado pela PF para depor sobre tentativa de golpe

A Polícia Federal intimou o ex-presidente para depor na próxima quinta na investigação que apura o seu envolvimento e de membros de seu governo em atos golpistas. A defesa tentará adiar o depoimento para depois da manifestação prevista para domingo

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Bolsonaro está cada vez mais enrolado, assim como seus auxiliares, inclusive militares

São Paulo – A Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para depor na investigação que apura o seu envolvimento e de membros de seu governo, inclusive auxiliares militares, em atos golpistas para mantê-lo no cargo. A previsão é que o depoimento seja prestado na próxima quinta-feira (22). A informação foi confirmada pelo seu advogado, Paulo Cunha Bueno.

A apuração da PF já levantou, entre outros elementos, o vídeo da reunião em que Bolsonaro apressa seus ministros a tomar providências e que não esperem pelo resultado da eleição (em outubro de 2022) para só então agir. A gravação, que foi apreendida no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, colocou o ex-presidente no centro da trama golpista.

Isso porque, segundo a fala do então presidente mostrada no vídeo, de julho de 2022, fica evidente que ele convocava ministros para discutir ações para se manter no poder. Tanto que em dado momento da reunião se falava em acionar um “plano B”.

Além disso, o general Augusto Heleno, então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), defende uma virada de mesa logo, ainda antes do resultado das eleições, já que as pesquisas mostravam vantagem do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro, o vídeo da reunião e a minuta golpista

Para complicar a vida de Bolsonaro, a PF encontrou em seu gabinete, na sede do seu partido, em Brasília, uma minuta com conteúdo golpista que ele teria editado. Nela anunciaria a decretação de um estado de sítio. E também a imposição da operação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Apesar das evidências, aliados de Bolsonaro alegam que ele não não fala em golpe. E que “jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”. Aliás, a defesa do “Estado democrático de direito” é o objetivo do ato que ele está organizando para a avenida Paulista, no próximo domingo (25), com apoio do pastor Silas Malafaia.

Segundo o portal UOL, a defesa de Bolsonaro deve pedir o adiamento do depoimento. Os advogados do ex-presidente trabalham em uma petição para dispensá-lo de depoimento nesta semana.

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Redação: Cida de Oliveira, com UOL e g1